A geração Z está despertando cada vez mais interesse das fintechs e dos bancos digitais. A NG.Cash (antiga Neagle Bank), que se posiciona como um app financeiro para esse público, chegou a mais de 900 mil usuários em cerca de um ano e agora busca crescer.
Para isso, a fintech acaba de receber um seed money vultoso de US$ 10 milhões que será utilizado para atrair talentos, avançar na camada regulatória e ampliar a oferta de produtos. O dinheiro também será investido em marketing — até então, a aquisição de clientes foi praticamente toda proveniente de tráfego orgânico, informa a fintech, em nota. A reportagem é do Finsiders.
A rodada anunciada hoje foi liderada pela gestora norte-americana Andreessen Horowitz (a16z) e pela brasileira Monashees, e contou com a 17Sigma, do fundador do unicórnio argentino Ualá.
Participaram também os fundadores de outros unicórnios como Brex, Rappi, Movile e Wildlife, a Norte Ventures, e fundadores de Eleva e Trybe do ramo da educação. Além disso, a rodada teve a participação de investidores como Spacecaps e Los Grandes, vinculadas a gigantes do universo dos eSports, e Bernardinho, campeão olímpico de vôlei e empreendedor em diversos negócios de sucesso fora das quadras.
Lançada em agosto do ano passado, a NG.Cash oferece uma carteira digital para jovens entre 10 e 24 anos, com cartão de crédito pré-pago (físico e virtual) bandeira Elo, transações via Pix, além de funcionalidades como gerenciamento de mesada e marketplace de descontos. A conta é gratuita e o único serviço cobrado é o saque na rede Banco24horas, que custa R$ 7,90.
“Assim como foi com a gente, a geração Z começa a ganhar dinheiro cada vez mais cedo. Por isso, é muito importante oferecer recursos que proporcionem autonomia financeira logo no início da vida”, destaca Mario Augusto Sá, 24 anos, fundador e CEO da NG.Cash, em nota.
A história da startup começa em 2018, quando Mario Augusto conheceu o professor Luis Felipe Carvalho na PUC-Rio no curso de engenharia da computação. Juntos, criaram a fintech de banking as a service (BaaS) Trampolin, que foi adquirida dois anos depois pela Stone.
Foi a credenciadora, inclusive, que assinou o primeiro cheque para a NG.Cash, no valor de US$ 400 mil, no ano passado.
Iti também é Z
Quem também decidiu apostar em serviços financeiros para a geração Z foi o iti. O banco digital do Itaú Unibanco liberou a abertura de contas para menores de idade — inicialmente, para quem tem mais de 14 anos. Segundo a instituição, o processo é totalmente digital e gratuito e pode ser concluído em menos de quatro minutos.
A solução tem como objetivo dar mais autonomia aos jovens, estimulando a gestão financeira desde cedo por meio de serviços como Pix, saque e cartão (físico e virtual), além de rendimento automáticao do saldo a 100% do CDI.
“Por um lado, muitos menores de idade já possuem alguma fonte de renda. Por outro, em muitos casos, têm necessidades de consumo muito presentes no seu dia a dia. Além das transações mais tradicionais, o advento de plataformas de streaming de vídeos e de games acelera, ainda mais, essa dinâmica de uso”, afirma João Araújo, diretor do iti Itaú, em nota.
Contexto
A oportunidade de mercado é grande. Isso porque a chamada geração Z no Brasil já soma 51 milhões de pessoas entre 10 e 24 anos, o equivalente a 24% da população total no país, conforme dados do IBGE.
Não à toa, diversos neobanks e fintechs estão criando soluções para esse público. A Z1 — que recebeu R$ 55 milhões em novembro do ano passado — é uma delas. A mexicana Mozper, que desembarcou no Brasil em janeiro, mira crianças e adolescentes.
Em junho, o Nubank também lançou recentemente sua conta com cartão de débito para jovens entre 12 e 17 anos. A lista de players com produtos para a geração Z inclui C6, Inter, Mercado Pago, Next e outros.
Finsiders é uma plataforma de conteúdo especializada no ecossistema de fintechs, fundada pelo jornalista Danylo Martins