Com a introdução de tecnologia de ponta e soluções acessíveis, as fintechs conseguiram rapidamente alcançar uma gama maior de consumidores nos últimos anos. Mas, após o avanço dos players digitais, é necessário lidar com outros pontos do negócio, especialmente nos meios de pagamentos. E a resposta parece estar na inteligência artificial (IA).
Segundo estimativa da consultoria McKinsey, a IA poderá gerar em torno de US$ 13 trilhões globalmente até 2030, quando o seu uso deverá estar mais consolidado em diversas indústrias. Hoje, já é aplicada pelas startups do setor financeiro para detectar fraudes, fazer o atendimento ao cliente, automatizar processos, realizar a análise de crédito e ter um gerenciamento de risco mais aprimorado.
No futuro, o uso dessa poderosa tecnologia poderá ir além. Até 2025, o valor de mercado dos sistemas de pagamentos online deverá atingir US$ 305 bilhões, com cada vez menos pessoas utilizando o dinheiro em moeda e papel, estima a GlobeNewswire.
Para Fabiano Cruz, cofundador e CEO da Zoop — fintech de infraestrutura e tecnologia para serviços financeiros embarcados —, a sociedade segue em direção ao que ele chama de ‘digital AI cash’, em que big data e IA serão fundamentais para ditar o movimento do dinheiro global.
O executivo esteve em um painel durante o terceiro e último dia do Web Summit Rio, com participação também de Trisha Kothari, cofundadora e CEO da empresa de software norte-americana Unit21, e Pedro Bramont, Chief Digital Officer (CDO) do Banco do Brasil (BB). A mediação foi da repórter Lucinda Shen, do site Axios.
‘Cashless’
Basicamente, o conceito de ‘digital AI cash’ entende que os consumidores poderão fazer pagamentos instantâneos dos dispositivos móveis e outros gadgets, sem a necessidade de dinheiro físico ou cartões de crédito, por exemplo. “Os sistemas baseados em IA também podem orientar nossas decisões de compra, reabastecer nossas prateleiras e responder a perguntas financeiras que tivemos na última década”, afirmou Fabiano.
Mas os benefícios da IA no universo das fintechs vão além da conveniência e eficiência. “Essa tecnologia é capaz de democratizar o setor financeiro, fornecendo acesso a serviços financeiros para aqueles que são sub-bancarizados ou desbancarizados”, disse o empreendedor.
De acordo com pesquisa da Thoughtworks, 59% da população global acredita que o dinheiro físico irá desaparecer até o final desta década. Ferramentas como internet banking, Pix e de pagamentos sem contato (contactless payments) apontam justamente para esta tendência.
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O executivo lembra, ainda, que os sistemas de score de crédito podem contar, por meio da aplicação de IA, com uma análise mais acurada para clientes que não têm um histórico tradicional em instituições financeiras, flexibilizando o acesso a empréstimos, conta digital e cartão de crédito, por exemplo.
Desafios e riscos
Por outro lado, também é necessário observar os riscos, entre eles, a segurança e a privacidade dos dados. Segundo a pesquisa de tecnologia bancária da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em conjunto com a consultoria Deloitte, os bancos brasileiros devem investir mais de R$ 45 bilhões em tecnologia em 2023, volume 29% superior ao ano passado. E a segurança cibernética segue como um dos principais temas na ordem do dia nas instituições financeiras.
“À medida que mais e mais dados financeiros são coletados e analisados por sistemas de IA, existe o risco de violações de dados e acesso não autorizado. É importante que as instituições financeiras garantam a implementação de protocolos robustos de segurança de dados”, ressalta o CEO da Zoop.
Há, ainda, outras questões a serem observadas. Entre eles, estão possíveis vieses discriminatórios advindos das ferramentas de IA. Para evitar tal problema, Fabiano acredita que os sistemas devem passar por treinamentos adequados. A falta de transparência nos processos de tomada de decisão da inteligência artificial é, também, um aspecto a ser considerado.
Apesar dos riscos e desafios, entre eles a possível eliminação de postos de trabalho, o cofundador da Zoop acredita que os benefícios no longo prazo são claros. “Ao alavancar o poder da IA, as instituições financeiras podem fornecer soluções mais eficientes e personalizadas, democratizar o acesso a produtos e serviços financeiros e, finalmente, criar um sistema financeiro mais inclusivo e equitativo para todos.”
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