Lucro do BV avança 46,7% e carteira cresce com diversificação de linhas

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O banco BV fechou o terceiro trimestre com lucro líquido recorrente de R$ 403 milhões, um incremento de 46,7% em relação ao mesmo período de 2020. O avanço é explicado, principalmente, pelo crescimento da margem financeira, além das maiores receitas com prestação de serviços.

A carteira de crédito ampliada teve uma alta de 11,8%, para R$ 75 bilhões, com expansão de 11,4% no varejo e 12,6% no atacado, como resultado da maior diversificação em ambos os segmentos, um mantra que o BV vem entoando há algum tempo.

No varejo, destaque para as carteiras de empréstimos e cartões, com avanços de 6,19% e 51,5%, respectivamente, também na comparação ano contra ano. No atacado, o destaque ficou por conta do segmento ‘corporate’, que registrou alta de 26,4% na comparação anual, além da expansão de 6x do segmento PME.

A inadimplência (90 dias) ficou em 3,7% no terceiro trimestre, com níveis de atraso controlados tanto no varejo quanto atacado.

Já as receitas totais chegaram a R$ 2,4 bilhões no período, uma alta de 15,9% de julho a setembro, contra igual intervalo de 2020. Destaque, ainda, para o aumento nas despesas, como reflexo especialmente dos investimentos relacionados à estratégia digital, incluindo aumento de equipe, investimentos em tecnologia e frente de novos negócios.

Historicamente conhecido pelo financiamento de veículos — linha que teve originação recorde de R$ 6,7 bilhões –, o BV vem avançando nos últimos anos em outras modalidades de crédito, como empréstimo pessoal, consignado privado, crédito com garantia de veículo, home equity, financiamento estudantil, turismo, procedimentos médicos e financiamento de placas solares. Essa última, por exemplo, encerrou o terceiro trimestre com uma carteira de R$ 2,1 bilhões, volume 3x maior na comparação anual.

O avanço nessas novas linhas de receita é por meio de parcerias com startups e fintechs, uma estratégia que a instituição passou a adotar de maneira acelerada com a chegada de Gabriel Ferreira como novo CEO, em setembro de 2019, e de Guilherme Horn, como diretor de estratégia digital e inovação, em novembro daquele ano.

Hoje, o ecossistema do BV tem aproximadamente 30 parcerias para cocriação e distribuição de produtos, entre elas, as fintechs Neon, QueroQuitar, Pravaler, Portal Solar, Dr.Cash, Olivia e outras. Com seu fundo de corporate venture capital, que tem patrimônio de R$ 400 milhões, a instituição já investiu em 25 startups. Neste ano, por exemplo, a instituição assinou um cheque de R$ 100 milhões para a Trademaster, como noticiou o Finsiders, e aumentou sua participação no Portal Solar.

A vertical de banking as a service (BaaS) também vem avançando no banco — que tem como acionistas o Banco do Brasil (BB) e a família Ermírio de Moraes. A estratégia inclui também credit as a service (CaaS) e investment as a service (IaaS).