Neon anuncia Fernando Miranda, ex-Nubank, como copresidente

O executivo, que até fevereiro estava no Nubank, chega num momento em que a Neon passou de 23 milhões de clientes

O banco digital Neon acaba de anunciar a chegada de Fernando Miranda como copresidente da instituição, com o objetivo de preparar o terreno da fintech para uma nova fase de crescimento. Na hierarquia, o executivo responderá a Pedro Conrade, fundador e CEO. Já Jean Sigrist, que ocupou a cadeira de CEO entre 2020 e 2022, segue no conselho.

Fernando é um executivo tarimbado no mercado. No total, acumula mais de 20 anos de experiência em instituições Citibank, Amex e Santander. Até fevereiro, comandava a área de investimentos do Nubank, tendo sido CEO da Easynvest (a corretora incorporada pelo neobank de David Vélez, que mais tarde passou a ser NuInvest) e da Webmotors.

No novo cargo, ele será responsável pelas unidades de negócio que atuam com o crescimento da base, desenvolvimento de produtos, estratégia de marketing, gestão e monetização.

Na Neon, vai encontrar um cenário marcado pelo aumento da inadimplência e metas abaixo do esperado no último ano, apesar do crescimento da base de clientes em mais de 35%. Hoje, o banco digital soma 23 milhões de clientes, sendo 80% das classes C, D e E.

“A Neon possui um portfólio completo de produtos de banking, crédito e serviços desenvolvidos com muito conhecimento nas dores do nosso público. Vamos agora conectar todos eles para aumentar o engajamento e monetização”, afirma Fernando, em nota.

Panorama

O banco digital fundado por Pedro Conrade não passou incólume à crise que assola o mercado de tecnologia e startups. Em meados de fevereiro, a companhia demitiu 9% do quadro de funcionários, conforme reportou o portal parceiro Startups, com cortes nas áreas de produto, estratégia e desenvolvimento. Justamente um ano após receber uma Série D de R$ 1,6 bilhão do banco espanhol BBVA e alcançar o status de unicórnio.

Em nota, a fintech disse que eram “ajustes necessários” para enfrentar o cenário macroeconômico complicado. “O movimento foi difícil, mas fundamental para preservar o que nossa eficiência operacional exige: manter a sustentabilidade do negócio sem onerar o cliente final”, afirmou a empresa à época.

Nos últimos meses, a Neon também tem feito aquisições para ampliar o portfólio de produtos e serviços e avançar em novos segmentos, como crédito consignado. No início do ano passado, comprou a financeira Biorc, passando a ter a licença necessária para atuar diretamente em operações de crédito, podendo expandir o portfólio.

Já em novembro de 2022, adquiriu a Leve, empresa de tecnologia voltada para crédito consignado privado, o que permite ampliar as soluções nos canais B2B2C. Segundo a fintech, os M&As da Leve e Biorc permitiram à Neon dobrar o tamanho da fatia de consignado privado na comparação com 2021 e 2022.

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