O JPMorgan anunciou a criação de um lounge no mundo virtual Decentraland, no metaverso, e o batizou com o nome da sua unidade de blockchain Onyx – que oferece um conjunto de serviços baseados em Ethereum.
A notícia coincide com o lançamento de um relatório do JPMorgan sobre oportunidades de crescimento relacionadas ao metaverso, destacando que o preço médio do terreno virtual dobrou para US$ 12 mil em seis meses no ano passado.
E mais: afirma que há um “interesse explosivo no metaverso”, e prevê que o metaverso “turbinaria a mudança” de dinheiro para criptomoeda.
Golpe publicitário ou sinal de intenção? pergunta a última newsletter da Insider Intelligence, de Nova York (EUA), destacando “a ambição do JPMorgan de modernizar sua marca, mantendo-se a par das tendências do mercado e visando clientes mais jovens”.
O gigante bancário disse que o risco de “ser deixado para trás vale o investimento incremental necessário para começar” na corrida para construir uma presença no metaverso.
Mas a tangibilidade da presença do novo metaverso do JPMorgan parece insignificante para seus clientes, já que por enquanto nenhum serviço bancário é oferecido atualmente.
“O alcance da Decentraland é mínimo: tem apenas cerca de 300.000 usuários ativos mensais e apenas 18.000 usuários diários, segundo o Yahoo Finance, embora esses números estejam crescendo rapidamente”, diz a Insider Intelligence.
Embora nenhum outro grande banco global tenha mergulhado no metaverso, alguns recentemente falaram sobre seu “enorme potencial.”
O Morgan Stanley colocou o valor de mercado do metaverso futuro na China em US$ 8 trilhões, a mesma quantia que o Goldman Sachs previu para o mercado globalmente.
Por outro lado, muitos consumidores ainda desconfiam dos serviços bancários virtuais: cerca de 20% a 30% das pessoas listam preocupações com segurança de dados e fraudes como motivo para não optarem apenas pelo digital com seus serviços bancários.
É improvável que o próprio metaverso alivie as preocupações, pois 50% das pessoas temem que seria muito fácil para os hackers se passarem por outros.