Parfin, de infraestrutura web3, levanta US$ 15 milhões e atrai Framework e B3

A Parfin é o primeiro investimento feito pelo L4 Venture Builder, o fundo de R$ 600 milhões criado pela B3 para investir em startups

Não há dúvidas de que blockchain está cada vez mais no radar dos fundos de Venture Capital e também de players da indústria financeira tradicional. O exemplo mais recente disso veio ontem, com o anúncio da nova captação realizada pela Parfin, que tem uma plataforma para custódia, negociação, tokenização e gestão de ativos digitais, assim como uma solução de blockchain permissionada para entidades reguladas.

A fintech acaba de levantar US$ 15 milhões (aproximadamente R$ 80 milhões, na cotação atual) em um generoso seed money liderado pelo Framework Ventures, firma de Venture Capital do Vale do Silício. A rodada foi acompanhada pelo L4 Venture Builder, o fundo de R$ 600 milhões criado pela B3 para investir em startups — a Parfin foi a primeira. O investimento do fundo da B3 ainda depende de aprovação regulatória.

Também participaram da captação Valor Capital Group (que tem no portfólio players como BlockFi, Bitso, CloudWalk, Credix e Hashdex) e Alexia Ventures (que investe em fintechs cripto como Pods e Hashdex). Ambos os fundos já faziam parte do captable.

Fundada em 2019, a Parfin oferece soluções de infraestrutura web3, que incluem o ‘cripto as a service’ (CaaS) — uma solução em API que permite às instituições oferecerem uma rápida oferta de cripto aos seus usuários finais — e a solução de custódia ‘multy-party computation’ (MPC).

Da esq. para dir., Alex Buelau, Marcos Viriato e Cristian Bohn, fundadores da Parfin. Foto: DIvulgação
Da esq. para dir., Alex Buelau, Marcos Viriato e Cristian Bohn, fundadores da Parfin. Foto: DIvulgação

Além disso, a Parfin também disponibiliza em sua plataforma sistemas para gestão de tesouraria segura, negociação em mais de 20 grandes exchanges, OTC desks e bancos, assim como uma suíte de relatórios que resume a atividade dos usuários e reports fiscais.

É terceira captação feita pela Parfin, desde sua fundação. Em 2021, a fintech levantou R$ 42 milhões, divididos em duas tranches — R$ 8 milhões em março e uma extensão de R$ 34 milhões, em dezembro daquele ano. Na ocasião, a empresa trouxe investidores como Valor Capital, Alexia Ventures e Vórtx.

Em nota, a Parfin diz que os recursos do aporte anunciado agora serão usados para continuar evoluindo produtos existentes, assim como lançar novas soluções, como a Parchain, uma nova geração de blockchain EVM permissionada, que possibilita a prática de DeFi e tokenização de ativos por entidades regulamentadas com foco em privacidade, portabilidade e interoperabilidade.

“Captar esses recursos em um mercado complexo e desafiador nos dá ainda mais confiança na estratégia, tecnologia e produtos da Parfin”, disse Marcos Viriato, CEO e cofundador da Parfin, em nota. “Nós planejamos usar esse investimento para solidificar nossa liderança e acelerar nossa expansão global durante esse período crucial de construção.”

Apesar do crescimento do DeFi [sigla em inglês para finanças descentralizadas] e de a indústria de cripto estar mais acessível, a maioria das instituições ainda não adotou e não se integrou ao web3 devido à uma “série de preocupações sobre requisitos regulatórios e riscos técnicos de segurança”, afirmou Brandon Potts, principal na Framework Ventures, na nota.

Mercado

Não faltam iniciativas para utilizar blockchain e tokenização na transformação do mercado financeiro e de capitais. A própria investidora da Parfin, a Vórtx, tem sua tokenizadora, em joint-venture com a QR Capital. A Liqi, investida do Kinea Ventures — o CVC do Itaú — é outro exemplo.

Há casos, ainda, de fintechs como AmFi e Credix, que estão explorando blockchain como infraestrutura para operações de crédito.

Grandes bancos também começam a tatear a tokenização de ativos financeiros. Instituições como Itaú Unibanco, Santander e, mais recentemente, Bradesco estão rodando suas primeiras iniciativas do gênero.

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