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Piloto do real digital começa no próximo mês, diz presidente do BC durante o IDP Summit

O projeto piloto do real digital será no próximo mês, o que fará o país ser um dos primeiros no mundo a chegar a essa fase de estudos e testes de uma moeda digital de banco central (CBDC). Foi o que disse nesta segunda-feira (27) o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante o IDP Summit, evento do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa. A reportagem é do site parceiro BlockNews.

Assim, sua expectativa é ter algo concreto funcionando até o final de 2024. A implantação do real digital deverá acontecer em fases, à medida que seus usos se provarem eficientes e seguros. Para lançar a moeda, não será preciso nova regulação, porque haverá tokenização de depósitos, num modelo similar ao atual.

No segundo semestre do ano passado começaram os testes com a moeda, com base em nove projetos. O BC deverá divulgar um documento com as conclusões sobre esses testes, chamado de Lift Lab Challenge, que é coordenado pela instituição e pela Federação Nacional dos Servidores do BC, a Fenasbac.

No evento, Campos Neto citou ainda os ganhos que o uso de contratos digitais deverão gerar nos pagamentos com o real digital. Além disso, voltou a apontar a concentração da custódia em poucas empresas como um risco grande do mercado – são três com 90% das custódias.

E afirmou que disse à secretária do Tesouro dos Estados Unidos (EUA), Janet Yellen, que se os bancos não fossem proibidos de oferecer custódia, o caso da FTX não teria acontecido. A questão é que os usuários deixam boa parte das criptos guardadas nas exchanges, que são as mesmas empresas que vendem os ativos. Assim, quem vende é o mesmo que guarda. Se falir ou for hackeado, a chance de o cliente perder tudo ou boa parte do que tem, é alta. A conversa com Janet, que é uma das mais ativas no governo dos EUA quando o assunto é monitoramento e regulação de criptoativos, aconteceu há cerca de um ano.

O presidente do BC também disse que está formando um bloco de pagamentos instantâneos com países da região, o que inclui Colômbia, Uruguai, Chile e Equador. Há algum tempo a Colômbia demonstra interesse em ter um Pix. “Estamos olhando como fazer o Pix internacional”.