Você sabe o que o Bradesco e Casas Bahia têm em comum?
Resposta: cada um deles dá mais crédito do que todas as fintechs juntas – e estão cada dia mais fazendo questão de alardear isso.
Nos últimos dias Roberto Fulcherberguer, presidente da Via (dona da Casas Bahia) e Leandro Miranda, diretor de relações com investidores do Bradesco, reforçaram sua posição de líder nas teleconferências de resultados com investidores e analistas – e foram destaque na imprensa.
A carteira de crédito do Bradesco ultrapassou R$ 770 bilhões em setembro último; no terceiro trimestre, o banco concedeu R$ 30 bilhões em crédito somente por meio dos seus canais digitais. O Bradesco é dono das plataformas next, Digio e Bitz, que somam aproximadamente 12 milhões de contas.
A Via é dona da BanQi. Em julho, a fintech tinha planos de atingir R$ 16 bilhões em crédito pessoal ao fim de 2021, segundo disse Andre Calabro, executivo chefe de finanças e estratégia do BanQi, ao Pipeline, site do Valor.
“Hoje tem um monte de fintech, mas quem dá crédito? Mais de 40% da população brasileira ainda não tem acesso a crédito. As Casas Bahia entende de crédito para classes C e D há mais de 60 anos”, disse Fulcherberguer à Folha de S. Paulo. Miranda, do Bradesco, concorda: “As fintechs estão mais interessadas em capturar clientes e vender serviços do que em dar crédito”.
De fato. A carteira total de crédito nas 51 Sociedades de Crédito Direto (SCD) em atuação no país em dezembro do ano passado era de R$ 4,7 bilhões, segundo Relatório de Economia Bancária 2020, divulgado pelo BC em junho último. Mas somente uma pequena parte permanece em seus ativos (“carteira ativa”), outra parte é objeto de cessão a fundos de investimento, a companhias securitizadoras e a outras instituições financeiras. Em carteira ativa, a média mensal é de R$ 35,7 milhões em operações. Já a modalidade de cessão envolve R$ 4,5 bilhões em créditos.
Leia também: