A Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) realizou no começo de dezembro o The First Fintech Day. Leia a seguir a opinião de dois dos principais palestrantes convidados sobre o segmento.
Fernando Morais de Freitas, gerente de inovação do Bradesco:
“As fintechs de crédito vieram para ficar, não é uma onda passageira. Mas ainda é preciso que elas mostrem que conseguem usar algoritmos e outras ferramentas de forma mais avançada do que as instituições tradicionais, para que justifiquem sua sobrevivência. Estamos atentos e vamos acompanhar.
As fintechs são uma possibilidade de acelerar e até fazer hedge para testar novos modelos de negócio. O modelo que vai vingar é o da fricção zero: bancos segmentados darão lugar a bancos individuais.
Parcerias são fundamentais para os dois lados, bancos e fintechs.
Jochen Mielke de Lima, diretor de sistemas de negociação, arquitetura e canis digitais da BM&FBovespa:
“As fintechs tem desafios pela frente, mas ao mesmo tempo impõem desafios aos bancos estabelecidos. Na verdade, ambos devem dar as mãos, pois são complementares. Em alguns casos, a transformação digital pode ser desenvolvida dentro da própria instituição estabelecida. Em outros, melhor desenvolver fora, com mais liberdade e autonomia, e monitorar.
Pesquisa recente da MacKinsey mostrou que cerca de 30% das fintechs tem foco no cliente, ou seja, visam desenvolver produtos com maior usabilidade, mais amigável; outros 30% tem vocação disruptiva, usam novos modelos de negócios – essas são as competidoras; e outros 30% tem aptidão para serem alavanca do ecossistema, como a Apple Play.
Do total, a metade se vê como provedora de serviços para as instituições tradicionais estabelecidas; de 2010 a 2016, as grandes instituições investiram cerca de US$ 15 bilhões em fintechs, por meio de corporate ventures, parcerias seletivas ou incubadoras.
A CME, por exemplo, se associou a uma empresa britânica para negociar ouro spot no blockchain.
A Bolsa está em processo de compor um veiculo de investimentos; a ideia é lançar um corporate venturing para acelerar
Os interesses da Bolsa são muitos, mas de sete principais, somente dois são fintechs – financiamentos alternativos e pagamentos
A Bolsa está desenvolvendo blockchain, está atenta, é membro do R3
Até o primeiro trimestre de 2016, US$ 1,1 bilhão foi investido em blockchain no mundo.