As principais tendências para fintechs latinas, na visão da Latitud

Soluções para nichos, IA como 'co-piloto' financeiro e modelos de negócios B2B são alguns dos movimentos em alta no setor, conforme report

Pagamentos contactless, ‘embedded finance’, modelos de negócio B2B, soluções com foco em nichos e inteligência artificial (IA) como ‘co-piloto’ financeiro são algumas das tendências e oportunidades no mercado de fintechs. É o que mostra o report “The LatAm Tech Report“, que acaba de ser lançado pela Latitud. O Finsiders teve acesso em primeira mão ao recorte específico que aponta o cenário para fintechs, a vertical mais pujante do ecossistema de startups.

Com base em entrevistas com 100 fundadores e investidores da região, o material mostra que, embora a pandemia tenha incentivado a imersão de consumidores e novos produtos e serviços financeiros no universo digital, ainda há um longo caminho a se percorrer. Portanto, não faltam oportunidades para as fintechs explorarem.

Em pagamentos, por exemplo, o Pix se consolidou e vem ganhando força também nas transações entre pessoas e empresas (P2B). O sistema de pagamento instantâneo do Banco Central (BC) no Brasil se tornou, inclusive, referência para outros países na América Latina. Outra tendência é o ‘tap on phone’, que transforma os celulares em maquininhas de cartão.

B2B e ‘embedded finance’ ganham força

Depois da onda das fintechs com foco no consumidor final (B2C), há um movimento forte de empresas desbravando as soluções para outras companhias (B2B). Cartões de crédito corporativos, ferramentas de gestão de contas a pagar e contas a receber, além de produtos específicos para pequenas e médias empresas (PMEs) fazem parte dessa segunda “onda” de inovação em fintechs.

E, lógico, é crescente o movimento de companhias em diferentes setores que embarcam produtos e serviços financeiros nas jornadas de seus clientes, parceiros e fornecedores. De acordo com o report, o movimento do ‘embedded finance’ tende a ganhar ainda mais força.


Por exemplo, as empresas de varejo e da cadeia de suprimentos, ou mesmo postos de gasolina e operadoras de telecomunicações, podem aumentar a carteira e o ‘lifetime value’ (LTV) dos usuários, ao passo que terceirizam os custos envolvidos nos processos.

A evolução da tecnologia e o aumento da concorrência no setor financeiro, sem falar no Open Finance, também abrem espaço para soluções de nicho. São fintechs que resolvem problemas de segmentos ou públicos específicos. Essa tendência já se iniciou e pode ser vista com exemplos em saúde, educação, agro, entre outras indústrias.

O report aponta, ainda, oportunidades no mercado de seguros, em criptomoedas e no uso de inteligência artificial (IA) como ‘co-piloto’ das finanças e em modelos preditivos.

Cenário atual

Não é segredo que as fintechs representem o setor mais maduro de tecnologia na América Latina. Para se ter ideia, no acumulado de 2023, as startups do setor financeiro responderam por cerca de 40% de todo o capital de risco na região, de acordo com o report, com base em dados da Associação Latino-Americana de Private Equity & Venture Capital (LAVCA).

No acumulado deste ano, até o terceiro trimestre, as fintechs na região levantaram US$ 1,1 bilhão, um recuo de 67,3% na comparação com os US$ 3,3 bilhões registrados durante todo o ano de 2022. Mesmo com a entrada de novos investimentos no quarto trimestre, as perdas neste ano devem ser expressivas. 

Ainda, o aumento da seletividade dos fundos também pode ser vista nos números. Mesmo com menos dinheiro na mesa, há mais VCs buscando oportunidades. No acumulado parcial de 2023, aliás, 617 investidores apoiaram financeiramente as fintechs, expansão de 8,6% sobre 2022, quando eram 568. 

O estudo completo está disponível no site da Latitud.

Saiba mais:

Fintechs priorizam crédito com garantia e diversificam funding

CBDCs, IA generativa, identidade digital e outras tendências para 2024

Popularização do embedded finance impulsiona potencial do BNPL