Mercado de BaaS no Brasil deve movimentar US$ 5 bi até 2031

De acordo com estudo obtido com exclusividade pelo Finsiders, essa indústria tende a crescer mais de 12 vezes em 10 anos

O mercado de banking as a service (BaaS) no Brasil tende a ultrapassar US$ 5 bilhões em 2031, o que significará um aumento de mais de 12 vezes no período de 10 anos, conforme um estudo obtido com exclusividade pelo Finsiders. O levantamento, encomendado pela infratech Celcoin, foi realizado pelo instituto de pesquisa Intellectual Market Insights Research (IMIR)

De acordo com o estudo, o BaaS por aqui movimentou no ano passado US$ 532,85 milhões, cifra que deve saltar para US$ 702,92 milhões em 2023. Entre 2019 e 2031, a taxa de crescimento anual composta (CAGR) desse mercado no país supera 28%. O ritmo é maior do que a expansão na América Latina como um todo (27,2%), porém fica abaixo da taxa de crescimento anual do México (29,2%), por exemplo. Na região latinoamericana, de maneira geral, o mercado de BaaS movimentará US$ 19,4 bilhões em 2031, contra US$ 1,62 bilhão uma década antes. 

Avanço

Ao considerar os países da América Latina e os Estados Unidos, essa indústria deve passar dos US$ 12,2 bilhões em 2022 para estimados US$ 87,4 bilhões ao final de 2031. Ou seja, uma elevação de mais de 7 vezes no período. Segundo a pesquisa, esse crescimento se dá por uma combinação de fatores: número de pessoas que usam internet banking; preferência dos consumidores pelo online; e globalização dos serviços. 

No Brasil, o aumento do acesso a serviços financeiros digitais e a crescente penetração dos smartphones e da internet contribuem para o avanço das soluções de BaaS. Outro impulso vem da maior colaboração entre fintechs e bancos tradicionais. As mudanças regulatórias, com o fomento à inovação e competição, é outro fator de destaque, aponta a pesquisa.

“As instituições estão atuando cada vez mais com as fintechs para aumentar sua oferta de serviços e isso tudo baseado em mudanças regulatórias do Banco Central. Essa estrutura bancária aberta e regulada promove a criação de soluções BaaS ao permitir que fintechs e empresas de tecnologia forneçam serviços financeiros de ponta de forma segura e transparente”, afirma Marcelo França, CEO e cofundador da Celcoin

Perfis de usuários

Há um ano, o mercado de BaaS nos EUA e na América Latina era composto, principalmente, por bancos tradicionais (31%), seguidos por companhias financeiras não-bancárias, as chamadas NBFCs (26%), e depois as empresas governamentais (21%). Por fim, a menor parcela correspondia a fintechs (15%) e o restante (7%) a outros atores. 

Até o fim de 2031, entretanto, esse quadro deve mudar, de acordo com o estudo. Pelas projeções, as fintechs ganharão dois pontos percentuais de market share (17%), enquanto os bancos tradicionais perderão também dois (29%). Em números absolutos, as fintechs devem movimentar US$ 14,8 bilhões em BaaS. Já os bancos, US$ 25,7 bilhões. 

“Com o crescimento das plataformas white-label e das APIs (principalmente com o Open Banking), as instituições mais tradicionais passaram a apostar em fintechs e infratechs para ganhar agilidade, expertise e inovação. Essa união é uma tendência que deve crescer cada vez mais”, diz Marcelo.

A força das APIs

Hoje fundamental na redução de custos, a computação em nuvem deverá perder espaço para as APIs (sigla em inglês para interfaces de programação de aplicativos). Em 2022, 56% dos dados estavam baseados na nuvem, enquanto que 44% já rodavam via APIs, aponta o estudo. 

A previsão é que, em 2031, esse cenário se inverta. Dessa forma, a manutenção de dados em nuvem deve perder espaço. Com isso, passará a ser utilizada em 43% das ocasiões, enquanto que as APIs serão as mantenedoras de dados em 57% dos casos. 

O estudo é fruto, principalmente, de entrevistas primárias (60%) e pesquisas secundárias (40%). As projeções consideraram aspectos como drivers de mercado, desafios, oportunidades e impactos atuais e esperados. E, ainda, desenvolvimentos tecnológicos, análise de necessidades não atendidas e previsão de demanda. 

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