Ao longo do primeiro semestre do ano, as transações de pagamentos no Brasil atingiram R$ 50,6 trilhões em 50,2 bilhões de operações. Em comparação com igual intervalo de 2022, o volume financeiro cresceu 9%, enquanto a quantidade de transações saltou 28%. De acordo dados divulgados nesta segunda-feira (20) pelo Banco Central (BC), o forte crescimento ocorreu devido ao aumento na utilização do Pix como método de pagamento.
Conforme o órgão, a quantidade de transações com o sistema de pagamentos instantâneos teve um incremento de 81% na primeira metade de 2023, ante o mesmo período do ano passado. Segundo o relatório, o Pix atingiu o patamar de 36% das transações no segundo trimestre deste ano — um ano antes, correspondiam a 26% do total. Em contrapartida, a fatia dos cartões caiu de 46% para 41% na mesma base de comparação.
Apesar da perda de participação, o mercado de cartões continuou com expansão em todas as modalidades. O crescimento mais substancial foi entre os pré-pagos (43%), seguidos por crédito (13%) e débito (5%). Por outro lado, as demais modalidades de pagamentos recuaram no período: cheque (-20%), TED (-11%), e transferências intrabancárias.
Digitalização
Mesmo com a rápida popularização, o Pix tem um tíquete médio bem inferior (R$ 418) a outros métodos, como a TED (R$ 46 mil). Ainda assim, o instrumento apresenta valor médio superior às transações com cartões de crédito (R$ 127), débito (R$ 61) e pré-pagos (R$ 27). Em todas as modalidades de cartão, houve leve recuo no tíquete médio entre o primeiro semestre de 2022 e o deste ano.
O processo de digitalização dos meios de pagamentos de varejo se mantém em crescimento no país, com o aumento da competição e as iniciativas regulatórias de fomento à inovação, conforme explica Ricardo Pereira de Araújo, chefe-adjunto do departamento de Competição e de Estrutura de Mercado do BC. “Isso tem propiciado um ambiente de negócios mais seguro e eficiente, com menores custos de transação e maior oferta de produtos e serviços, e, principalmente, acessível à população”, disse ele, em nota.
Os dados do BC mostram, ainda, a consolidação do celular como principal forma de acesso a operações de pagamentos, transferências e consultas. O canal alcançou o patamar de 85% do número total de transações no segundo trimestre. Dessa forma, cresceu 29% em relação ao mesmo intervalo de 2022. Os saques, por sua vez, tiveram um tombo de 20% na quantidade de transações e de 9% no volume de recursos sacados.
As estatísticas completas estão disponíveis no site do órgão, com números até o segundo trimestre de 2023.
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