A Stone recebeu autorização do Banco Central (BC) para operar como financeira. O aval para a Stone Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento S.A. saiu nesta sexta-feira no Diário Oficial da União (DOU). Com capital social de R$ 40 milhões, o controlador é a StoneCo Ltd., com sede nas Ilhas Cayman.
Até então, a Stone tinha licenças de instituição de pagamento (IP) nas modalidades credenciadora e emissor de moeda eletrônica (permite gerenciar contas pré-pagas), além de uma Sociedade de Crédito Direto (SCD), um dos modelos de negócio das fintechs de crédito.
Na prática, a empresa passa a ter o mesmo “status” de outras fintechs que se tornaram players maiores, entre elas, Nubank e Mercado Pago. Atualmente, a lista de sociedades de crédito, financiamento e investimento (SCFIs) — nome técnico para as financeiras — passa de 60 nomes, conforme dados do BC.
“Essa licença possibilitará a oferta de uma variedade de novos produtos, como depósitos a prazo, que irão aprimorar e diversificar as fontes de financiamento da empresa, seguindo nossa estratégia de negócio e roadmap de produtos a longo prazo”, afirma Lia Matos, diretora de estratégia da Stone, em nota ao Finsiders.
Com uma carteira de crédito de R$ 113 milhões no terceiro trimestre de 2023, a Stone planeja atingir um portfólio de R$ 800 milhões no fim deste ano e R$ 5,5 bilhões em 2027. As projeções foram divulgadas no último Investor Day da companhia, em novembro.
Novas fontes de funding
Além do capital mínimo regulatório superior às SCDs, as financeiras podem captar recursos do público por meio de diferentes instrumentos, como Recibos de Depósitos Bancários (RDBs) — equivalentes aos CDBs de bancos — e Letras de Câmbio (LCs), ambos com proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Esse tipo de instituição levanta dinheiro, ainda, por meio de Depósitos Interfinanceiros (DI), operações de cessão de créditos e Depósitos a Prazo com Garantia Especial do Fundo Garantidor de Créditos – DPGE.
As SCDs, por sua vez, podem operar apenas com recursos próprios. Ou seja, não captam depósitos junto ao público. Muitas delas, inclusive a Stone, cedem os créditos de sua carteira a fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) para acessar outros “bolsos”.
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