Agosto trouxe otimismo para as fintechs — e os dados macro reforçam isso

Há otimismo, mas ainda não está totalmente difundido, escreve Franklin Lacerda, CEO e cofundador da consultoria Análise Econômica

Os dados macroeconômicos referentes ao mês de julho indicam um ambiente de melhora da economia por um lado, devido à queda dos preços, dos juros e particularmente pela queda da inadimplência de pessoas físicas.

Por outro lado, ainda há algumas preocupações no radar, em função do aumento da inadimplência das empresas, como também por conta do ambiente externo. Veja mais a seguir:

O que os dados mostram?

O crédito total do Sistema Financeiro Nacional (SFN) manteve-se em torno de R$5,4 trilhões no mês de julho, com uma leve queda de 0,2%. 

Tal resultado decorreu, basicamente, da diminuição de 1,1% no saldo das operações de crédito com pessoas jurídicas, que atingiu R$2,1 trilhões, em contraposição ao crescimento de 0,4% no das realizadas com pessoas físicas, R$3,3 trilhões.

O saldo de crédito com recursos livres, por sua vez, caiu 0,8% no mês, enquanto o direcionado apresentou uma elevação de 0,7%. Por constituir a maior parte do volume de crédito, com quase 60%, a modalidade livre acaba por produzir o maior impacto no valor total.

Franklin Lacerda, CEO da Análise Econômica Foto: Divulgação
Franklin Lacerda, CEO da Análise Econômica. Foto: Divulgação

A taxa média para novas concessões em julho apresentou um crescimento modesto, variando de 32,4% para 32,5%. Na comparação anual, porém, o aumento foi de 3,1% em relação a 2022. 

O que tudo isso significa?

O volume de crédito concedido deve continuar crescendo à medida em que se dissipam os riscos financeiros associados à taxa básica de juros excessivamente elevada.

Há otimismo, mas ainda não está totalmente difundido. A economia brasileira dá sinais de melhora — como o surpreendente resultado do PIB do segundo trimestre, mas ainda é cedo para celebrar. 

Não podemos esquecer que o pano de fundo de tudo isso é um cenário externo mais conturbado. Com a expansão da atividade, a renda cresce, a demanda por produtos e serviços cresce e a demanda por crédito também. 

Nesse contexto, há espaço para que o segmento de fintechs continue aquecido, especialmente das fintechs de crédito — e, claro, os investimentos no setor devem voltar a subir.

*Franklin Lacerda é CEO e cofundador da Análise Econômica (AE), consultoria especializada em análise da economia brasileira. No Finsiders, ele assina a coluna “Visão Macro”, breve leitura da macroeconomia e dos desdobramentos sobre o segmento de fintechs no Brasil.


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