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Por Arnoldo J. Reyes*, exclusivo para o Finsiders
Apesar das pressões econômicas exercidas pela pandemia, o futuro do ecossistema fintech na América Latina e no Caribe segue avançando com um ímpeto impressionante. Os US$ 4,2 bilhões em investimento captados até o momento em 2021 representam um aumento espetacular de 52% em relação aos US$ 2,8 bilhões levantados em 2020.
Como parte de nossa estratégia de inovação, há tempos que a Visa aposta em colaboração, alianças, investimentos e incubação para promover o crescimento de startups por meio de programas como o Visa Everywhere Initiative (VEI).
Nosso relacionamento com as fintechs também é um elemento importante no fomento à inclusão digital e financeira nos países da região. Recentemente, encomendamos um estudo sobre as tendências para as fintechs da região, cujas principais descobertas compartilho a seguir.
A todo o vapor
As economias da região encolheram no ano passado e a pandemia fez com que muitas empresas fechassem as portas. Embora o PIB regional deva crescer este ano, o desemprego e a pobreza continuam altos na América Latina e no Caribe. De fato, a expectativa é que o PIB volte a cair em 2022 e que o PIB per capita seja 1,5% inferior ao de 2019.
No entanto, a atividade das fintechs continua promissora. As rodadas de investimento têm batido recordes na região e, este ano, o número de fintechs que abriram seu capital foi o mais alto da história: 30 fintechs se uniram ou abriram o capital, entre elas, a plataforma de pagamento uruguaia dLocal, que negocia suas ações na bolsa desde junho.
O que está impulsionando esse boom nas fintechs? Destaco alguns fatores:
A adoção generalizada do uso de internet na América Latina e no Caribe se traduz em um índice de adoção de 72%, bem superior à média mundial de 60%. Mais de 100 milhões de pessoas abriram novas contas bancárias (ativas e inativas) em 2020, o que representa mais de 17% da população sem conta bancária. Considerando que 70% do mercado latino-americano e caribenho (187 milhões de pessoas) já têm acesso a smartphones, as possibilidades para consumidores com e sem conta bancária são enormes.
Paralelamente a tudo isso, o espírito empreendedor predominante na região, combinado às crescentes tendências de regulamentações favoráveis às fintechs, cria condições propícias à inovação. Por exemplo, México e Brasil adotaram marcos regulatórios de sistema bancário aberto. Chile, Colômbia, Peru, Equador e Uruguai também estão desenvolvendo seus arcabouços regulatórios para sistema bancário aberto.
Na Visa, mantivemos o ritmo de todas as iniciativas relacionadas a fintechs. Nos últimos cinco anos, mais de 7.000 startups participaram do Visa Everywhere Initiative e, juntas, captaram mais de US$ 2,5 bilhões em investimentos.
Além disso, o Visa Fintech Fast Track, programa que reúne todos os recursos para uma fintech começar a trabalhar com a Visa, dobrou de tamanho, recebendo mais de 250 participantes em todo o mundo e dezenas de participantes na LAC. Também lançamos o programa Visa FinTech Partner Connect para trabalhar com parceiros e impulsionar a inovação em todo o mundo. Na América Latina, a lista de parceiros do FinTech Partner Connect inclui empresas como Kublau, Ubank e Kaleyra.
No espaço de criptomoedas, a Visa está trabalhando com 50 das principais plataformas de criptomoedas do mundo, em programas de cartão que facilitam a conversão e o pagamento de compras com moedas digitais em mais de 70 milhões de pontos de aceitação da Visa, sejam eles virtuais ou presenciais. Só no primeiro semestre deste ano, foram pagos mais de US$ 1 bilhão com cartões Visa vinculados a criptomoedas.
Perspectivas
Sem dúvida, é fundamental que a inovação tenha o respaldo de capital. As fintechs da América Latina e do Caribe estão ganhando terreno nessa área à medida que investidores de capital de risco injetam novos fundos na região.
O Softbank destinou US$ 5 bilhões a startups este ano e acabou de anunciar um investimento adicional de US$ 3 bilhões na região – e outros fundos estão pegando essa mesma onda. Um alto nível de investimento indica confiança no mercado e potencial para inovação. O Brasil é o grande campeão em termos de investimento em fintechs, atraindo mais de 70% dos recursos regionais destinados a essas empresas.
Estamos falando de mais de 1.200 fintechs com idade média de sete anos na região. Entretanto, a entrada de novos participantes neste espaço está desacelerando, o que pode ser simplesmente um sinal de que a concorrência aumentou – estamos atentos isso. Por outro lado, os pagamentos são a categoria mais atraente no cenário fintech da América Latina, seguida de gestão financeira corporativa e empréstimos.
Outro aspecto que vale a pena ser destacado é que bancos digitais, blockchains e criptomoedas ainda são bem imaturos na região. Ainda assim, os bancos digitais impulsionam a maior parte dos investimento em fintechs, e a região ganhou dois novos unicórnios no setor de criptomoedas este ano: a Bitso, no México, e a Mercado Bitcoin, no Brasil.
Sem dúvida, este é um momento emocionante para estar no espaço fintech – principalmente na América Latina e no Caribe. Continuamos acompanhando essas tendências de perto e esperamos compartilhar nossos planos de inovação e colaboração com as fintechs sempre que tivermos oportunidade.
*Arnoldo J. Reyes é vice-presidente e chefe de fintech, empreendedorismo e alianças digitais para a Visa América Latina e Caribe.
As opiniões neste espaço refletem a visão dos especialistas e executivos de mercado, e não a do Finsiders.
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Redação: Conteúdos produzidos pela equipe de jornalistas do Finsiders,
além de artigos de executivos do setor
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