Artigo: As fintechs e a sustentabilidade da cadeia de suprimentos

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Por Luciano Steinbruch*, exclusivo para o Finsiders
Manter uma rede de fornecedores eficiente, ampla, consistente e que opere de acordo com as políticas da empresa, sem deixar de realizar a sua gestão, sempre foi um desafio para as organizações que dependem de uma ampla cadeia de suprimentos.

Enquanto os softwares de gestão cuidam de todos os processos corporativos, na outra ponta, o gerenciamento da cadeia de fornecimento requer um controle paralelo que está intrinsicamente relacionado aos pagamentos dessa rede de suprimentos.

Essa gestão pode ser facilitada com a adoção de uma solução de e-procurement, um sistema de negociação via internet que facilita o gerenciamento de compras e possibilita organizar, automatizar, otimizar e controlar riscos e performances, além de preço, prazo e qualidade.

Quando todos os envolvidos estão conectados, é possível que os fornecedores acompanhem os seus pagamentos e prazos a receber, muitas vezes estendido em até 180 dias, enquanto o comprador controla suas compras e seu fluxo de caixa.

Se essa relação envolve quem compra e quem vende, que tal unirmos a esse processo a antecipação dos recebíveis aos fornecedores com um modelo que elimina a burocracia e viabiliza a circulação do crédito financeiro? Este é um novo alvo das fintechs, que estão se moldando para unir suas ofertas às soluções de gestão, permitindo a criação de novas oportunidade para que as companhias, especialmente as pequenas e médias empresas (PMEs), tenham acesso a um capital de giro sem que necessite do tradicional excesso de trâmites administrativos.

Nesse novo ecossistema, o fornecedor pode antecipar, por meio de uma solução única de e-procurement vinculada a uma financeira, o valor que tem a receber. Este ambiente de compra, venda e crédito visa melhorar o relacionamento e o monitoramento da cadeia de fornecedores, assim como também dá a possibilidade de expansão da rede de suprimentos de uma companhia.

Em posse desse crédito, os fornecedores podem ampliar sua produção, oferecer melhore preços à sua rede de compradores e até aumentar seu quadro de funcionários, ou seja, com o dinheiro circulando é possível impulsionar essas empresas e, consequentemente, a economia. Essa nova modalidade pode mudar a cultura financeira no Brasil e transformar nosso sistema empresarial.

Iniciativas como essa de crédito competitivo visam apoiar as empresas de pequeno e médio portes, que são a principal engrenagem do nosso país, e tentam evitar uma ruptura ainda maior na produção após o cenário de retração da indústria e dos estoques vividos durante a pandemia. É um modelo que eleva a relação entre quem compra e quem vende, permitindo uma gestão saudável para ambos os lados. E todos saem ganhando.