Opinião

Aumento da Selic dificulta empréstimos, mas fintechs atuam para mudar o cenário - Leandro Pasin/Pontte

*Leandro Pasin

O brasileiro que procura se manter bem informado volta e meia se depara com alguns termos e conceitos nem sempre compreendidos de antemão. Um deles certamente é a Selic, vocábulo que pode ser lido ou escutado quase que diariamente na imprensa nos últimos meses.

Apesar de muita gente não ser familiarizada com o termo, a Selic nada mais é do que o Sistema Especial de Liquidação e Custódia; em outras palavras, é a taxa básica de juros brasileira. Ela atua como o principal controle da inflação (o aumento generalizado dos preços) e incide sobre todas as operações bancárias de crédito.

Os impactos de seu crescimento, portanto, recaem diretamente no bolso e nas aspirações dos brasileiros. Afinal, quanto maior for a Selic, maior será o custo incorrido por um banco na hora de fornecer empréstimos, por exemplo.

E com isso, o resultado muitas vezes costuma ser conhecido: queda nos pedidos de financiamento para imóveis, automóveis e na abertura de novos negócios. Em resumo, conseguir empréstimos para conquistas pessoais e profissionais fica ainda mais difícil e arriscado para pagar depois ao banco. E de acordo com a última atualização feita em 3 de agosto pelo Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por definir qual será a Selic, o aumento da taxa foi de 0,5 ponto percentual, somando um montante de 13, 75% ao ano, sendo a 12ª alta consecutiva da taxa    

Mas apesar de a alta sequencial da Selic ser a toada há certo tempo no país, existem diversas empresas que atuam para melhorar as condições dos brasileiros ao oferecer boas condições de financiamentos e empréstimos diversos. No caso do crédito imobiliário, por exemplo, as fintechs (empresas do ramo financeiro com base na tecnologia) continuam oferecendo taxas muito mais atrativas e, por vezes, maior facilidade na obtenção do crédito, já que o processo é 100% digital, além de melhores condições de pagamento, como carência e outras flexibilidades.      .          

Resultado das inovações e oportunidades que as fintechs trazem ao mercado, o aumento delas se mostra robusto no Brasil. Dados divulgados pela plataforma Distrito mostram que entre 2019 e 2020, por exemplo, houve um crescimento de 34% delas no país, além da tendência maior de desenvolvimento, uma vez que somente de janeiro a maio de 2022, os aportes realizados em fintechs estiveram na casa de US$ 1,3 bilhão.

De acordo com informações da Associação Brasileira de Startups, o setor atualmente é um dos que mais tem startups em território nacional. Todo esse desenvolvimento baseado nas oportunidades de crédito diante de um cenário de alta inflação chega aos brasileiros como chances que podem ser positivamente aproveitadas.

Se os juros estão altos, as instituições financeiras tradicionais não oferecem financiamentos viáveis e novas empresas no mercado surgem para atender a um público que tem desejos diversos para serem colocados em prática.

*CEO da Pontte, plataforma de empréstimo digital.