OPINIÃO

Como a IA no Open Finance impulsiona a hiperpersonalização

Tecnologia traz diversos ganhos, como recomendação inteligente de produtos e serviços e automação de processos

Open Finance
Open Finance | Imagem: Adobe Photoshop

O Open Finance é um dos pilares da transformação digital impulsionada pelo Banco Central (BC), com grande avanço entre os usuários. Até janeiro deste ano, foram registrados mais de 42 milhões de consentimentos para compartilhamento de dados, de acordo com informações divulgadas pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Neste contexto, a inteligência artificial (IA) pode ser uma grande aliada ao universo do sistema financeiro aberto, possibilitando análise de dados cada vez mais assertiva e entrega de serviços que vão ao encontro das necessidades dos clientes.

Podemos pensar na estrutura do Open Finance “dividida” em três pilares: 70% de segurança, 20% de integração ou APIs e 10% de dados. Este último é o ativo mais valioso das empresas. Para extraí-los com precisão e aproveitando toda a riqueza de informações, que podem tratar sobre investimentos, movimentações financeiras, análise de crédito, entre outros, é preciso contar com ferramentas de analytics avançadas. Assim, a IA é a tecnologia ideal para isso.

A IA tem capacidade para interpretar fluxos de dados e gerar uma hiperpersonalização nos serviços ou atendimento. Com isso, traz diversos ganhos, como recomendação inteligente de produtos e serviços, automação de processos para torná-los mais eficientes e uma comunicação diferenciada com o cliente. Na prática, será possível entender o momento de vida do consumidor e, assim, oferecer soluções mais adequadas às suas necessidades. Usufruir de todas estas possibilidades será um caminho sem volta ao mercado financeiro – e potencialmente positivo.

Impacto na economia

Vale destacar que a IA aplicada ao Open Finance tem impactos que vão além da oferta de serviços personalizados ao usuário final. Na ponta, a assertividade na sugestão de produtos contribui para proporcionar mais satisfação ao cliente, o que, por sua vez, promove a fidelização e impacta positivamente no crescimento das empresas.

Em suma, estamos falando de uma transformação digital na indústria que tem um poder impulsionador para a economia. Por isso, é fundamental que bancos, especialmente os digitais, estejam atentos a isso para, além de sobreviver, prosperar, retendo seus clientes.

Márcio Castro, presidente do conselho da Lina. Foto: Divulgação
Márcio Castro/RTM. Imagem: Divulgação

Atualmente podemos dizer que o sistema financeiro no Brasil é um dos mais robustos do mundo. Nesse sentido, inovações como o Open Finance incentivam a competitividade do mercado e melhorias à população. Um dos principais responsáveis por este movimento é o BC. O órgão também vem promovendo outras iniciativas como o Pix, que já se consolidou como um sucesso entre a população, e o Drex, previsto para 2025.

Diante de todo este cenário inovador, fica evidente que os motores da IA serão essenciais para processar o conjunto de dados fornecido no universo Open, seja individualmente ou em grande quantidade. Dessa forma, será possível uma verdadeira revolução no mercado, sempre, é claro, respeitando a governança, com uso consciente das informações.

*CEO da RTM