OPINIÃO

Como a tecnologia está redefinindo a relação do brasileiro com suas finanças

Apesar dos avanços, o acesso ao sistema bancário ainda não é uma realidade para todos, escreve CEO do PagBank

Tecnologia | Imagem: Canva
Tecnologia | Imagem: Canva

O avanço de tecnologias como Pix, carteiras digitais, Open Finance e Inteligência Artificial (IA) transformou a forma como os brasileiros ganham, gastam e investem o seu dinheiro, impulsionando uma verdadeira revolução digital no setor financeiro. Transações que antes eram burocráticas e demoradas agora acontecem em segundos, de qualquer lugar, pelo celular. 

Toda essa mudança tem redefinido a relação das pessoas com o dinheiro. De acordo com o estudo ‘O futuro da relação do brasileiro com o dinheiro e as finanças’ da Croma Consultoria, apesar de apenas 24% da população brasileira se considerarem em uma boa situação financeira, 80% acreditam que a sua condição vai melhorar nos próximos dois anos. Esse otimismo pode estar diretamente ligado ao maior acesso a soluções digitais que simplificam a vida financeira, por exemplo. 

A verdade é que a tecnologia não apenas facilita pagamentos e investimentos, mas também transforma o comportamento financeiro das pessoas. Se antes a vida financeira girava em torno de agências bancárias e cartões tradicionais, hoje os brasileiros contam com ferramentas acessíveis que substituem o dinheiro em espécie e até mesmo os cartões físicos. O compartilhamento de dados entre instituições financeiras possibilita soluções personalizadas e adaptadas ao perfil de cada cliente. Além disso, as plataformas de investimentos democratizaram o mercado financeiro, permitindo que mais brasileiros poupem e invistam. 

Essas inovações empoderaram os consumidores, tornando as experiências financeiras mais ágeis e acessíveis. No entanto, para que essa transformação seja realmente positiva, é necessário superar alguns desafios. A tecnologia pode ampliar o acesso ao sistema financeiro, mas não deve deixar ninguém para trás. Apesar dos avanços, o acesso ao sistema bancário ainda não é uma realidade para todos. Segundo uma pesquisa do Instituto Locomotiva, em 2023, 4,6 milhões de brasileiros ainda eram desbancarizados.  

Alexandre Magnani/PagBank | Imagem: divulgação

Com este cenário, é essencial que as instituições financeiras não apenas efetivem essa inclusão, mas também desenvolvam mecanismos de suporte ao consumidor, incluindo a disponibilização de ferramentas inteligentes e conteúdos educativos e acessíveis que ajudem os clientes a tomarem decisões mais conscientes.  

O fato é: a digitalização do dinheiro é um caminho sem volta e extremamente positivo. Segundo a pesquisa da Croma, os brasileiros querem mais controle sobre suas finanças e buscam soluções seguras, personalizadas e práticas. O desafio dos bancos digitais agora é ir além do básico. Não basta oferecer pagamentos rápidos e crédito fácil – é preciso atuar como parceiro financeiro, ajudando cada cliente a gerenciar melhor seu dinheiro, prevenir o endividamento e construir uma base financeira sólida.  

O futuro do dinheiro é digital, inteligente, acessível e centrado no consumidor. Para isso, é preciso proporcionarmos inovação, educação financeira, segurança e inclusão para todos. 

*CEO do PagBank