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IA Generativa, hiperpersonalização e diversificação no mercado financeiro

Estamos em um momento de transição, em que a tecnologia redefine a relação das pessoas com dinheiro e instituições financeiras

Tecnologias
Tecnologias | Imagem: Adobe Stock

Em 2025, o mercado financeiro enfrenta um desafio inadiável: entender e atender um consumidor cada vez mais conectado e exigente. Como CEO da CashWay, techfin que oferece soluções para as demandas de Instituições de Pagamento (IPs) e financeiras, tenho acompanhado de perto as transformações no setor e acredito que as oportunidades são vastas para quem souber abraçar as novas possibilidades tecnológicas e comportamentais.

Hoje, com quase 90% da população brasileira utilizando celulares, temos um potencial imenso para ampliar o acesso e melhorar a experiência dos usuários em serviços financeiros digitais. Mas não basta simplesmente estar presente no ambiente digital. É preciso entregar valor de forma personalizada, inovadora e estratégica.

Hiperpersonalização: a experiência sob medida

Quando abro minhas redes sociais, o que vejo é completamente diferente do que qualquer outra pessoa vê. Por que nossos aplicativos financeiros não seguem essa mesma lógica? A hiperpersonalização é o futuro. Com o uso de tecnologias como Open Finance e Inteligência Artificial (IA), é possível ajustar produtos e serviços às necessidades específicas de cada cliente.

Imagine um cliente que recebe recomendações de investimentos, limites de crédito ou ofertas personalizadas com base nos seus hábitos e objetivos financeiros. É assim que podemos criar mais valor, fortalecer o relacionamento e aumentar a fidelização. O mercado já está caminhando para isso, mas ainda há muito a ser explorado.

Diversificação e plataformas integradas

Outra oportunidade clara está na ampliação da oferta de produtos e serviços financeiros. Bancos e fintechs podem (e devem) ir além das transações básicas. Se um cliente confia no seu aplicativo, por que não oferecer soluções como seguros, clubes de desconto, câmbio ou até mesmo compra de passagens? Esse modelo de “plataformização”, inspirado em gigantes do setor de tecnologia, não apenas aumenta o engajamento, mas também abre novas fontes de receita.

Leo Monte
Leo Monte/Cashway | Imagem: divulgação

IA Generativa: o futuro dos modelos de negócio

Não posso deixar de destacar o impacto da Inteligência Artificial Generativa. Já vemos o surgimento de bancos que operam sem aplicativos, utilizando plataformas como WhatsApp para interações diretas com os clientes. A acessibilidade que isso oferece é enorme, especialmente para quem não está habituado a usar aplicativos financeiros tradicionais.

Esses assistentes financeiros personalizados, criados com IA Generativa, vão muito além do básico. Eles permitem desde consultas simples até operações complexas, criando uma experiência fluida e intuitiva para o usuário. Isso é o futuro: interagir com o banco como se fosse com um amigo, mas com uma precisão técnica impecável.

Parcerias como estratégia de expansão

Outro ponto importante são as parcerias entre techfins e empresas de outros segmentos. Estamos entrando em uma fase em que organizações de setores como varejo, telecomunicações e indústria podem integrar soluções financeiras em suas operações. Com tecnologias como APIs e Open Finance, é possível criar experiências completas para os consumidores e, ao mesmo tempo, gerar novas fontes de receita.

Essa estratégia permite atender a nichos específicos de forma personalizada e escalável, consolidando o papel das instituições financeiras em um mercado cada vez mais competitivo e diversificado.

Dicas para novos empreendedores

Para quem está pensando em entrar no setor, meu conselho é simples: tecnologia é o meio, não o fim. Antes de decidir qual sistema ou plataforma usar, dedique tempo para entender o público-alvo, definir o modelo de negócio e estruturar uma proposta de valor clara. Além disso, busque nichos ainda pouco explorados e aproveite as possibilidades do Open Finance e da digitalização crescente.

Estamos em um momento de transição, em que a tecnologia não apenas facilita, mas redefine a relação das pessoas com o dinheiro e com as instituições financeiras. Quem conseguir acompanhar esse ritmo, inovar e entregar soluções relevantes estará na vanguarda dessa transformação.

*CEO da Cashway