Faz algum tempo já que executivos e empreendedores do setor financeiro, em entrevistas, adoram falar sobre as maravilhas e avanços da digitalização, empoderamento do cliente, inclusão bancária…
Mais recentemente, também muito se fala no Brasil sobre as vantagens do PIX e do Open Banking. E, claro, de todas as tecnologias disruptivas como IA, IoT, aprendizado de máquina e outras que vem permitindo essa evolução.
Há quem diga, até, que estamos vendo apenas a ponta de um incrível iceberg. Pode ser. Tomara.
Mas, nessa semana, pipocaram algumas vozes dissonantes, algumas reservas e algumas críticas.
Desde a “guerra fria” entre bancos e fintechs na corrida pelo cadastramento de chaves do PIX – com suspeitas sobre o papel do Banco Central no episódio – até a falta de empatia demonstrada em rede nacional por Cristina Junqueira, sócia e VP de uma das primeiras e mais revolucionárias fintechs brasileiras, o Nubank, em relação a questões raciais.
Nas entrevistas que fiz nessa semana, me surpreendi com a opinião de um executivo bastante experiente em meios de pagamento. Uma voz dissonante. Ele foi cético em relação ao sucesso absoluto do PIX.
Para ele, que hoje é CEO de uma fintech, o PIX certamente vai funcionar bem para pagamentos de contas e transferências. “Para débito, não sei; para funcionar é preciso antes resolver como seria feita a conciliação de contas. Por que um grande varejista não aceita hoje que os clientes paguem no caixa com uma TED? Porque precisam da conciliação desses pagamentos com notas fiscais, impostos, etc”, alerta. “E, no crédito, a fricção não está na transação, mas na disponibilidade de crédito. Quem tem, tem; quem não tem, não terá por causa do PIX”.
Façam suas apostas, leitores! :))