O setor financeiro está passando por uma transformação significativa, impulsionada principalmente pelas fintechs, que têm revolucionado a forma como os serviços financeiros são oferecidos. De acordo com a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), atualmente são mais de 1,4 mil startups do segmento em atividade no país, nos posicionando na vanguarda deste mercado. Na América Latina, estas empresas também estão em ascensão, tendo recebido US$ 432,7 milhões em investimentos apenas no mês de abril, conforme o Distrito.
Por se tornarem um dos segmentos mais promissores no ecossistema de inovação, grandes empresas e bancos tradicionais estão cada vez mais se aproximando dessas startups. Assim, buscam adaptar-se às novas exigências do mercado e aos avanços tecnológicos, especialmente no campo da inteligência artificial (IA).
Tendências
Cada vez mais, a inteligência artificial desempenha um papel fundamental na evolução destas startups. É uma tecnologia que contribui, por exemplo, para a previsão de sazonalidade, mix de produtos e escalabilidade do atendimento.
A IA permite fazer previsões precisas sobre o comportamento do mercado e das necessidades dos clientes, ajustando as ofertas de produtos de forma mais eficiente. Isso é crucial para atender demandas específicas de subsegmentos da população que os bancos tradicionais, com suas estruturas mais rígidas, não conseguem suprir com a mesma agilidade.
Outro benefício significativo da IA é a escalabilidade do atendimento. Chatbots e assistentes virtuais, alimentados por inteligência artificial, podem fornecer suporte contínuo e personalizado, melhorando a experiência do cliente e reduzindo custos operacionais. Para o pequeno varejo, isso significa acesso a um nível de serviço que antes era reservado apenas para grandes corporações.
Além disso, a experiência do cliente é um dos principais diferenciais deste mercado em relação aos bancos tradicionais. Um dos principais destaques é a oferta de soluções nichadas e ágeis, preenchendo lacunas deixadas pelas grandes corporações. Este foco no cliente se reflete em práticas como a cultura “customer centric”, em que o Net Promoter Score (NPS) está na meta individual de todos os funcionários, garantindo, assim, que a satisfação do cliente seja uma prioridade constante.
Setores público e privado
A aproximação dos grandes bancos com as fintechs é motivada por vários fatores. Eles buscam nestas startups a flexibilidade e a capacidade de inovação que suas estruturas tradicionais não permitem. Isso porque as fintechs são menos avessas ao risco, conseguem testar e implementar novas tecnologias e modelos de negócio de forma mais ágil. Dessa forma, oferecem soluções maleáveis que atendem melhor às demandas dos consumidores.
Ambientes de inovação como o Cubo são exemplos de como grandes corporações estão criando “celeiros de startups” para aproveitar o ambiente criativo e inovador das fintechs. Essas colaborações permitem que os bancos tradicionais adquiram novas capacidades tecnológicas e ideias inovadoras, acelerando sua transformação digital.
Não só o setor privado se beneficia do fomento deste setor. O Brasil apresenta um cenário regulatório favorável a este crescimento, com iniciativas como o Drex, uma nova moeda digital do Banco Central que visa fomentar a inovação no sistema financeiro. A agenda positiva do Banco Central, que facilita a adoção de novas tecnologias, contribui para um ambiente onde as fintechs podem prosperar e continuar a crescer.
O contexto econômico e de investimentos também é promissor para estas startups. Considerando todos os aspectos, o futuro das fintechs é extremamente promissor, impulsionado por um ambiente de inovação constante, apoio regulatório favorável e a capacidade de atender às necessidades do mercado com agilidade e precisão.
Com um cenário otimista e um crescente interesse dos investidores, as fintechs estão bem posicionadas para continuar sua trajetória de crescimento e inovação, moldando o futuro dos serviços financeiros no Brasil e na América Latina.
*CEO da Trademaster