Tiago Costa*
Segundo um levantamento realizado em 2021 pela Cloud Native Computing Foundation, a busca por essa tecnologia aumentou 67% em 12 meses, o que comprova sua relevância para o mercado atualmente. Além disso, de acordo com a pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2022, despesas com métodos de cloud tiveram crescimento de 200% entre os bancos, o que mostra a relevância deste tipo de tecnologia para o mercado financeiro.
Mas o que é uma tecnologia Cloud Native?
Tecnologia Cloud Native é um termo utilizado para descrever um conjunto de práticas de desenvolvimento de software e emprego de tecnologia específicas para ambiente de nuvem. Essas práticas abrangem desde uso de uma esteira de DevOps com integração e entrega continua (CI/CD), uso de containers e/ou aplicações serveless, arquitetura em microsserviços, escalabilidade automática, infraestrutura como código, monitoramento em alta escala, até desenvolvimento seguro, melhor gestão de custo, entre outras.
E quais as principais vantagens da tecnologia Cloud Native?
O objetivo dessas práticas é tirar o melhor proveito possível das capacidades de nuvens, entregando serviços mais resilientes, escaláveis, ágeis e com maior disponibilidade. Quando desenvolvemos soluções de Banking as a Service considerando essas práticas, as soluções se tornam mais adaptáveis a qualquer tipo de business, de qualquer tamanho, e com agilidade e flexibilidade suficiente para continuar inovando em um mercado em plena evolução.
Quando uma empresa está pensando em oferecer seus próprios serviços financeiros, precisa se atentar às tendências e investir em parcerias que garantam aplicações aderentes e que serão escaláveis para o negócio ao longo do tempo. Veja aqui cinco vantagens que a tecnologia Cloud Native traz para o Banking as a Service.
Resiliência e tolerância a falha: Resiliência é a capacidade de um sistema se adaptar e se recuperar de falhas sem perda significativa de dados, sendo uma capacidade fundamental para gerar confiança, o que é intrínseco a uma oferta de serviços financeiros. Aplicações desenvolvidas seguindo as melhores práticas de tecnologia Cloud Native conseguem continuar operando normalmente mesmo quando um ou mais componentes sofrem falhas locais. Além disso, esses componentes possuem redundância e o tempo de recuperação é menor e, muitas vezes, ocorre de forma automatizada, sem precisar de uma intervenção humana. Isso entrega uma solução com alta disponibilidade e confiabilidade.
Agilidade e adaptação rápida as mudanças de mercado: devido ao uso de práticas como arquitetura de microsserviços, uso de containers e esteiras automatizadas de integração e entrega (CI/CD), o ciclo de implementação de melhoras/evoluções ou novas funcionalidades de soluções cloud native é muito menor do que de soluções tradicionais monolíticas e on premises, permitindo desenvolvimento incremental com entregas imediatas e o mínimo de impacto nos clientes. Além disso, a arquitetura de microsserviços facilita a cooperação entre equipes multidisciplinares, que podem trabalhar em diferentes partes do sistema simultaneamente, sem interferir no trabalho umas das outras. Isso acelera o processo de desenvolvimento e permite que as empresas inovem mais rapidamente.
Elasticidade e experiência do usuário: essa tecnologia permite a flexibilização do consumo de infraestrutura de acordo com a demanda. Dessa forma, as empresas conseguem ter alto desempenho e performance mesmo em momentos de picos e, ao mesmo tempo, ter eficiência e economia em momentos de vale, enquanto um aplicativo local exigiria o provisionamento físico de infraestrutura adicional para escalar com eficácia. Isso permite uma melhor experiência para o usuário, que não sofre por problemas relacionados a flutuações de demanda que acontecem naturalmente ou devidos a campanhas específicas (i.e. black friday).
Foco no core business com escala global: a adoção da tecnologia Cloud Native permite que as empresas terceirizem a infraestrutura e a gestão dos recursos computacionais, liberando tempo e recursos para se concentrar no core business e na inovação. Isso resulta em maior agilidade e capacidade de resposta às demandas do mercado. Além disso, as soluções em nuvem podem ser facilmente implantadas em diferentes regiões e zonas geográficas, proporcionando uma experiência de usuário consistente e rápida, independentemente da localização.
Automação: esse talvez seja um dos pontos-chave relacionados a tecnologias cloud native, seja no processo de integração e entrega (CI/CD) da esteira de DevOps, seja no uso de Infraestrutura como código, seja em questões de observabilidade e balanceamento de cargas ou autoescalabilidade (auto-scalling), entre tantas outras. A automação está no coração de toda tecnologia cloud native e, para realmente ter o maior proveito do que a computação em nuvem tem a nos oferecer, precisa estar no centro de toda estratégia de arquitetura e adoção de uso de nuvem.
Todos esses pontos de uma tecnologia cloud native garantem muito mais agilidade para a operação de qualquer empresa que seja nativa digital ou esteja se digitalizando. Além de tornar os processos mais escaláveis, estimula a inovação e é uma aliada para garantir melhorias contínuas para o negócio, independentemente do ramo de atuação da empresa.
Quando falamos em serviços financeiros, as cinco vantagens citadas acima se mostram ainda mais essenciais, já que ajudam a garantir uma experiência cada vez mais fluida e positiva aos usuários finais. Usuários esses que se mostram cada dia mais aderentes à digitalização do mercado financeiro e da cashless economy.
* CTPO e cofundador do Bankly