O termo “zillennials” se refere aos nascidos entre o final da década de 1990 e o início dos anos 2000. Ou seja, é uma microgeração que capta os mais novos dos millennials e os mais velhos da geração Z. Entender as preferências desse importantíssimo nicho de consumidores pode ser estratégico para um bom desempenho das instituições financeiras, principalmente das fintechs.
Essa microgeração está hoje entre os 20 e os 30 anos e está vivendo, em média, um momento de estabilização financeira. Isso reforça a sua participação no sistema financeiro, diversificando também o tipo de produtos e serviços que buscam.
Além disso, são pessoas relativamente jovens, o que sugere que tenham ainda um longo período de relação com o sistema financeiro. Tudo isso torna essa microgeração um dos nichos mais importantes entre os consumidores do sistema financeiro hoje.
Em novo relatório publicado este ano, a PYMNTS Intelligence revelou como os “zillennials” se comportam em relação ao sistema financeiro, que tipo de relacionamento esperam ter com as instituições financeiras em que operam, suas demandas enquanto clientes e como essas demandas podem ajudar a estimular a inovação no sistema financeiro.
Um panorama dos ‘zillennials’ no setor financeiro
O relatório também mostra que os “zillennials” já fazem parte de uma gama de consumidores que priorizam a experiência digital. Por exemplo, mais de 66% usam mobile banking como principal meio de acesso aos serviços financeiros, embora não escolham predominantemente bancos apenas digitais.
Em termos de relacionamento, os “zillennials” mantêm relacionamento com diversos provedores de serviços financeiros, mas grande parte (45%) ainda tem como instituição financeira primária uma instituição tradicional.
Ao mesmo tempo, o principal motivo listado pelos “zillennials” para escolher uma instituição financeira é confiança e segurança (25%), seguido por conveniência e acessibilidade (23%), tecnologia e experiência digital (17%) e atendimento ao cliente e personalização (14%).
Nesse sentido, também chama atenção o grande interesse dessa microgeração por produtos e serviços financeiros inovadores e pela busca da diversificação do tipo de conta que possuem.
De acordo com a pesquisa, 98% dos “zillennials” usam carteiras digitais e mais de 30% investem em criptomoedas, os maiores índices entre todas as gerações. Mas sua participação no sistema financeiro também é alta em modelos mais tradicionais. Tanto é que mais de 90% operam com contas correntes e quase 50% investem em produtos financeiros tradicionais.
Diante desse cenário, podemos traçar um perfil híbrido dos “zillennials” com relação aos serviços financeiros. São pessoas que esperam maior digitalização e personalização, mas ainda priorizam confiança e segurança. Além disso, buscam diversificação de produtos e serviços financeiros, sem renunciar ao uso dos mais tradicionais.
Assim, essa microgeração pode servir de “régua” para os próximos passos evolutivos do setor financeiro. Pois, ao mesmo tempo que estimulam a inovação e a crescente personalização e diversificação dos serviços financeiros, não dispensam uma segurança robusta e não abandonam modelos já bem estabelecidos no mercado.
Dessa forma, conquistar esse nicho de consumidores pode ser o caminho para uma estratégia de sucesso para as instituições financeiras, sobretudo para as novas entrantes altamente tecnológicas.