As transações de pessoas físicas para empresas estão ganhando força no Pix. Essa modalidade atingiu 34% das operações com o sistema de pagamento instantâneo em setembro — um ano antes, elas representavam 22%. Daqui para frente, a tendência é que a participação desse tipo de transação cresça ainda mais. E novos produtos como o Pix Automático ajudarão nesse sentido. A afirmação é de Carlos Eduardo Brandt, chefe da Gerência de Gestão e Operação do Pix no Banco Central (BC).
“Vemos um movimento muito consistente de aumento dessas transações nos últimos meses, o que indica que as empresas efetivamente estão adotando o Pix. Isso tem a ver com agilidade no recebimento de fundos, solução inovadora e custo mais baixo comparado a outros meios de pagamento”, afirmou Brandt, em entrevista ao podcast SOS Bacen, da plataforma de conteúdo Let’s Media — o vídeo foi obtido antecipadamente pelo Finsiders e vai ao ar nesta terça-feira (17).
Segundo ele, as pessoas jurídicas tiveram um tempo maior de “adaptação”, principalmente por causa de integração de sistemas e softwares com os PSPs (provedores de serviços de pagamento). “Depois do primeiro ano de operação do Pix, vimos explodir a quantidade de transações de pessoas pagando empresas.”
De acordo com o porta-voz do BC, os novos produtos que estão no roadmap do regulador, incluindo o prioritário Pix Automático, contribuem para a expansão desse perfil de operação. “Como visão de futuro, esse caso de uso vai continuar crescendo como market share das transações do Pix”, disse Brandt.
Adesão ao Pix Automático
Em relação ao Pix Automático, aliás, ele citou que há uma expectativa de “adesão muito grande” ao produto, tanto por parte dos usuários pagadores, quanto das companhias que vão receber por esse recurso. “Temos uma demanda gigantesca de empresas de todos os segmentos — de utilities, seguros, academias, streaming. Só não sabemos ainda em que velocidade [essa adesão] vai acontecer. Vamos entregar o produto o mais redondo possível, focando em experiência do usuário, segurança e comunicação.”
Vale lembrar que, no início do mês, o BC anunciou o adiamento da primeira versão do Pix Automático para outubro de 2024 — o prazo anterior era abril do próximo ano. O principal motivo para a decisão é a falta de pessoal no órgão. Desde julho, os servidores do BC estão em operação-padrão. “Existe um conjunto muito completo de funcionalidades já definidas para o MVP do Pix Automático”, citou Brandt.
No podcast ele comentou, ainda, sobre a convergência entre Pix e Open Finance, a importância da segurança e prevenção a fraudes, a figura do gestor de pagamentos, entre outros temas.
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