A Solfácil, ecossistema de soluções solares que inclui uma fintech, recebeu autorização do Banco Central (BC) para se tornar uma financeira. A aprovação do regulador está na edição desta quinta-feira (31/7) do Diário Oficial da União (DOU).
Na prática, assim como tem ocorrido com outras fintechs, a Solfácil poderá evoluir de uma Sociedade de Crédito Direto (SCD), licença que recebeu em 2022, para uma Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento (SCFI) — nome técnico para as financeiras.
Com a mudança de licença, a Solfácil passa a ter acesso a outros tipos de fontes de financiamento (funding). Isso porque as financeiras podem captar recursos do público por meio de diferentes instrumentos, como Recibos de Depósitos Bancários (RDBs), Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e Letras de Câmbio (LCs), entre outros.
As SCDs, por sua vez, podem operar apenas com recursos próprios. Ou seja, não captam depósitos junto ao público. Muitas delas, por exemplo, cedem os créditos de sua carteira a Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) para acessar outros “bolsos”. Utilizam, ainda, instrumentos de securitização como funding para suas operações de empréstimos.
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Contexto
A própria Solfácil vem recorrendo ao mercado de capitais nos últimos anos. Recentemente, como noticiou o site Pequenas Empresas, Grandes Negócios (PEGN), a fintech levantou um Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) de R$ 750 milhões. Desde 2021, a empresa estruturou 12 operações de dívida, incluindo FIDCs, somando R$ 6,5 bilhões.
Fundada em 2018, a Solfácil nasceu com a proposta de facilitar o financiamento de placas solares. Nos últimos anos, ampliou sua atuação para um ecossistema de energia solar, o que inclui distribuição de equipamentos fotovoltaicos, seguros e um programa de benefícios para os parceiros integradores.
A Solfácil se junta a um grupo cada vez maior de fintechs que estão optando por virar financeira. O movimento é tendência e deve ganhar força com uma nova regra do BC, que passa a valer em setembro, e cria incentivo para que as Instituições de Pagamento (IPs) e fintechs de crédito “migrem, conforme expandam seus negócios, para o segmento mais compatível com suas estratégias, operações e clientes”.
