FINTECHZAÇÃO

Agência de turismo lança plataforma de gestão financeira e cartão de crédito

Os próximos passos envolvem um spin off da plataforma – que pode virar uma fintech – e a diversificação do público alvo

Imagem: Freepik
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Depois do grande susto que passou durante a pandemia, quando tudo parou, o setor de turismo está agora seguindo os passos de tantos outros e aderindo a um plano B: a fintechzação.

A LTN Brasil, uma agência de turismo corporativo focada em pequenas e médias empresas, acaba de entrar nessa com o lançamento da plataforma Expensys. Além de serviços de gestão financeira – que ajudam as empresas no controle de gastos com representação, viagens, alimentação e hospedagem dos funcionários, por exemplo -, a plataforma terá um cartão da bandeira Elo e vai oferecer crédito pré e pós pago. O nome da instituição financeira parceira da agência não foi revelado.

Os próximos passos envolvem um spin off da plataforma – que pode virar uma fintech – e a diversificação do público alvo. “A ideia do spin off ainda é embrionária”, diz, cauteloso, Gervasio Tanabe, diretor executivo da LTN. Mas a outra não é. “A Expensy permitirá que o colaborador da empresa que precise, por exemplo, contratar um serviço ou comprar um produto, possa realizar essa operação digitalmente, dentro da plataforma”.

O produto B2B2C será lançado dentro de alguns meses. “A gente trabalha a carteira B2B e vai explorar essa carteira em um ambiente totalmente automatizado e tecnológico, totalmente baseado em hábitos. Este é a tendência hoje”.

A agência existe há 30 anos, e faturou cerca de R$ 260 milhões no ano passado. “Com a pandemia, o setor de viagens sofreu muito, e, quando retornou, a digitalização havia avançado anos luz. Ao mesmo tempo, o crédito para PMEs havia ficado mais escasso. Foi então que percebemos que poderíamos oferecer soluções para esses dois problemas”, diz o executivo da LTN.

IA e economia

“Em um mundo em que os smartphones e aplicativos móveis, apoiados pela Inteligência Artificial (IA), são cada vez mais presentes, as empresas que ainda usam métodos como envio de cópia de notas fiscais e outros comprovantes físicos estão perdendo oportunidades enormes de economia, tanto financeiras como em relação ao tempo de seus colaboradores”.

Além disso, Gervasio diz que no Brasil ainda existe uma cultura dos empresários, principalmente nas PMEs, de resistência a entregar cartões de crédito para funcionários. Isso, mesmo que seja possível fazer o rastreamento do cartão corporativo.

Plano B: pagamentos

Gervasio lembra que o setor de viagens começou a se recuperar no final de 2021, e neste ano já viu uma demanda mais aquecida do que em 2023. “Embora as tarifas, no caso aqui da LTN, tenham sido cortadas em cerca de 7% agora no bimestre janeiro/fevereiro, a gente teve um crescimento de negócios da ordem de 25%. A gente não pode ignorar isso de jeito nenhum. Mas quando a gente vê a evolução do cenário de meios de pagamento, tem um potencial de crescimento sem limites. Tem muitas oportunidades para a LTN ser mais atuante nesse mercado”.

O modelo de negócio da Expensys é a recorrência, ou seja, a LTN cobra da empresa uma mensalidade que varia de acordo com a quantidade de usuários da plataforma e quais funcionalidades usa. ‘Por enquanto vemos a Expensy como oferta de valor agregado ao cliente. Mas nem todo cliente da agência usa a plataforma, e vice-versa”, explica.