Agora vai? Open Finance avança e casos de uso ganham força

Report produzido pela plataforma de conteúdo Let's Open apresenta o que de mais relevante aconteceu no ambiente "Open" em 2022

Definitivamente, o ano foi agitado no cenário do Open Finance, e eu posso provar. Aliás, quem faz o retrospecto é Gabriel Pereira, criador da plataforma de conteúdo Let’s Open, em um report que acaba de ser lançado e foi antecipado com exclusividade ao Finsiders.

O relatório, produzido em conjunto com a Finansystech — onde Gabriel é community manager — e com apoio da Fenasbac e da Open Future World, o especialista conta o que de mais relevante aconteceu no ambiente “open” em 2022, num material com mais de 110 páginas.

Enquanto no ano passado o terreno estava sendo pavimentado, conforme relembra o report, em 2022 já foi possível ver a execução de muitas das iniciativas que vinham sendo construídas pelos participantes do ecossistema do Open Finance.

“Já com um entendimento maior dos profissionais do mercado, dos decisores, dos times de execução e dos investidores, foi possível ver grandes iniciativas que começaram em 21 irem às ruas em 22. Também vimos a agilidade e projetos que nasceram e brilharam nesse mesmo ano”, destaca o material.

Investimentos

A tese também atraiu investidores mundo afora. De acordo com análise da Let’s Open, baseada em mais de 850 notícias ao redor do globo, ao longo deste ano o Open Finance movimentou R$ 18 bilhões num total de 39 operações, sendo 27 investimentos e 12 M&As (8 deles sem valor declarado).

Destaque para as aquisições da Tink pela Visa (R$ 10,6 bilhões) e da Credit Kudos pela Apple (aproximadamente R$ 800 milhões). Já a Plaid comprou a Cognito por R$ 1,33 bilhão.

Por aqui, a plataforma contabilizou quatro investimentos, somando R$ 151 milhões, além de três operações de M&A — sendo apenas uma delas com valor divulgado. A Klavi, por exemplo, fechou uma captação de aproximadamente R$ 80 milhões, trazendo para o captable investidores do calibre de CIP (agora Nuclea), Vivo (por meio do Vivo Ventures), Renner (RX Ventures) e banco BV.

Tendências

O report aponta também seis ideias para o futuro do mundo Open. Uma delas são os pagamentos variáveis recorrentes (VRP, na sigla em inglês). “O VRP teve suas primeiras utilizações no mercado inglês em 2022 e já existem conversas no Brasil para que possamos discutir sua
chegada ao Brasil em 23”, cita o relatório.

O material menciona, ainda, provocações como “digital ID”, decisões financeiras autônomas, ‘conexão de tudo’, ‘meta-bancos’ e plataformas de tomada de decisão para PJs. “Vamos começar a ver ‘meta-banks’, entidades que do ponto de vista do usuário vão parecer um banco mas que não precisarão de uma grande infraesturutra. Vão consumir APIs de Open Banking, leitura de dados, pagamentos e solicitação de empréstimos. Acho que em 2025 ainda será cedo, mas começaremos ver as primeiras iniciativas de ‘meta bancos'”, aponta Albert Morales, country manager Brasil da Belvo.

Entrevistas e cases

O report traz, ainda, entrevistas com especialistas, empreendedores e comunicadores do universo regulado e não-regulado do Open Finance, uma série de perfis sobre as mulheres do ecossistema, além de um apanhado de casos de uso de 17 instituições que fazem parte do sistema.

O relatório está disponível para download na página da Let’s Open.

Leia também:

Open Finance, iniciação de pagamentos e real digital estão no radar da Elo

Número de consentimentos ativos no Open Finance sobe 43%

Artigo: Como escalar sua fintech a partir do Open Finance

Norma da Susep adia datas de Open Insurance e inclui corretores