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A FacilitaPay, gerenciadora de pagamentos internacionais, se prepara para uma nova expansão. A fintech acaba de fechar uma parceria com o grupo Avenues India, conta com exclusividade ao Finsiders Stephano Maciel, CEO da empresa.
Com serviços de pagamentos e transações financeiras prestados para, aproximadamente, 80% do market share de e-commerce da Índia, o objetivo de ambas as empresas é ampliar a atuação de mais de 40 enterprises que utilizam o RemitOnline — uma das soluções do Avenues India — para o mercado latinoamericano até 2022.
“É uma empresa que tem uma certa relevância na parte de tecnologia de pagamento na Índia. No final das contas, a gente está buscando clientes internacionais. Então qualquer tipo de hub que possa beneficiar isso para a gente é muito importante”, diz Maciel.
A Índia, inclusive, é referência quando o assunto é proteção de dados. O país possui um sistema digital de identificação das pessoas, chamado de Aadhaar, que já tem mais de 1,2 bilhões de pessoas cadastradas e acelerou a adoção de serviços financeiros digitais no país. No caso brasileiro, o país possui um sólido sistema legal de sigilo bancário, sem contar a recente Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Negócios internacionais
A ideia de expansão está no cerne da FacilitaPay. Fundada em 2017, encontrou na falta de automação do mercado convencional de câmbio um gargalo para desenvolver a sua tecnologia. No ano seguinte, chegou a atingir R$ 1 bilhão em volume de pagamentos (TPV, em inglês). Já em 2019, alcançou clientes em mais de 10 países e dobrou o TPV conquistado no ano anterior.
Atualmente, possui mais de cem clientes em seu portfólio, 70% deles localizados nos EUA. Com um escritório em Miami totalmente focado em vendas e desenvolvimento de negócios, a companhia planeja abrir mais dois na Europa e Ásia nos próximos meses. Já na América Latina, outros países estão no radar da empresa, como Chile e Colômbia. Para isso, busca captar R$ 30 milhões em uma rodada de investimentos, revela o empreendedor.
Além disso, a exemplo de outras fintechs, como Nubank, Guiabolso, a55 e Belvo — que expandiram seus negócios para o México recentemente — a empresa também enxergou uma oportunidade de negócio no país no ano passado. No entanto, acabou antecipando a operação que ocorreria apenas este ano, sobretudo depois que teve seu faturamento prejudicado por conta da pandemia em 2020.
Os concorrentes, inclusive, não intimidaram a Facilita. Na verdade, foram eles que despertaram a empresa no aperfeiçoamento da estratégia de negócio, de forma a melhorar sua tecnologia.
“A gente precisava ter uma proposta de valor muito mais ampla e realmente interessante para o cliente e que não se comparava aos bancos que concorriam conosco. A nossa ideia então foi adicionar novos países e excluir essa concorrência. Isso foi muito legal, porque trouxemos clientes que tínhamos perdido para os bancos depois que a gente fez essa movimentação”.
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Apesar dos resultados positivos, Stephano conta que os planos de abertura para outros mercados também sofrem com alguns entraves, uma vez que cada país tem a sua particularidade na hora da negociação. “Na questão regulatória, a gente está superando bem o Chile, mas o ecossistema de pagamento não é muito amigável. A gente está conseguindo avançar bem, mas a gente está sentindo isso. Não tem uma abertura tão grande”, diz.
Entretanto, segundo ele, quando o assunto é desenvolvimento, todos acabam falando a mesma língua. “Acho que uma questão de linguagem que foge só da comunicação entre pessoas, mas vai para comunicação entre computadores, se torna de certa forma fácil”.
México em alta
O país atingiu 435 fintechs ativas em abril deste ano, segundo o Mapa Fintech MX 2021, publicado pela plataforma Finnovation. Ao todo, são 13 verticais, com destaque para as categorias de pagamentos e empréstimos (lending), que reúnem a maior quantidade de fintechs, a exemplo do que ocorre no Brasil.
Vale lembrar ainda que o México é o segundo maior país da América Latina, com 130 milhões de habitantes e PIB de US$ 1,3 trilhão. Mais de 50% dos mexicanos não têm conta bancária, mais de 30% não têm acesso a nenhum produto financeiro e apenas 31% têm acesso a serviços de crédito. Outro dado relevante: mais de 90% dos pagamentos no México são feitos com dinheiro em espécie, cita a a16z, em relatório recente sobre o boom das fintechs na América Latina.
Em 2018, o país aprovou a Ley Fintech, que define as regras para a operação das fintechs no país, assim como a regulamentação sobre pagamentos móveis, carteiras digitais, crowdfunding e criptomoedas. A lei também determina as regras para serviços bancários abertos e uso de APIs.
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Danylo Martins é jornalista com dez anos de cobertura de finanças, empreendedorismo e inovação no setor financeiro. Com MBA em mercado de capitais, é vencedor de quatro prêmios de jornalismo econômico e colabora com o jornal Valor Econômico há oito anos. Teve passagens por Folha de S.Paulo e revista Você S/A.
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