Confirmado: Ali, fintech de consignado privado, levanta aporte com BTG

A Série A de R$ 135 milhões da Ali foi liderada pelo boostLAB, com participação de um fundo de corporate venture capital mantido em segredo

A Ali, fintech de crédito consignado privado, confirmou hoje um investimento realizado pelo boostLAB, hub de negócios para empresas tech do BTG Pactual. A notícia foi antecipada pelo Finsiders na última sexta-feira (23).

A rodada Série A de R$ 135 milhões — entre equity e suporte para financiar o portfólio de clientes — foi liderada pelo boostLAB, com participação de um fundo de corporate venture capital ainda mantido em segredo, informa o site Startups, parceiro do Finsiders.

Fundada em 2018, a Ali nasceu dentro da Fisher Venture Builder. A Parallax Ventures investe desde o início da operação. Em janeiro do ano passado, a empresa anunciou um aporte de R$ 1 milhão feito pela GR8 Ventures (que tem como investidas Omie, Convenia e Cuponeria).

Desde a sua fundação, a Ali transacionou mais de R$ 200 milhões em operações de crédito consignado, além de atuar em crédito para financiamento solar. Já são mais de 200 empresas conveniadas, como Deloitte, Ernst & Young, Aço Cearense e Três Corações, e mais de 250 mil colaboradores impactados.

Com o caixa reforçado, a startup pretende expandir as áreas de produto, comercial, tecnologia e recursos humanos, investindo também na criação de novos projetos até o fim do ano. “Nosso principal objetivo é construir um produto que seja mais intuitivo e que possa ser usado de maneira recorrente”, afirma Bruno.

Com os avanços, a expectativa é levar a solução para 400 mil pessoas até o fim do ano, gerando uma economia em dívidas de aproximadamente R$ 200 milhões, e chegar a 1 milhão de clientes em 2023. A empresa também tem planos de aumentar a equipe para 170 pessoas no início do próximo ano.

Além do BTG Pactual e da Fisher, a empresa tem o apoio de investidores-anjo como José Acar, ex-presidente do Banco Pan e ex-vice-presidente executivo do Bradesco, e Jan Karsten, ex-managing director do Citibank e atual CEO da Brainvest.

A fintech é a oitava investida pelo BTG desde que o boostLAB foi criado, em 2018. Ela se junta a um portfólio que tem A de Agro, Finpass, Pier, Liber Capital, Celcoin, iClubs e Digesto (primeiro exit, conforme noticiou o Finsiders no ano passado).

Mercado

A Ali está num mercado grande. O crédito consignado privado representa pouco mais de 5% do volume total do consignado no Brasil, com saldo de R$ 31,2 bilhões em junho deste ano, contra R$ 549,2 bilhões da modalidade como um todo, conforme os dados mais recentes divulgados pelo Banco Central (BC).

Diversas fintechs, como Creditas, Paketá, Capital Consig, Leve, Somapay e Zipdin, vêm construindo soluções em consignado privado, e outras se preparam para entrar no mercado ainda este ano. Já no consignado público, os players incluem, por exemplo, a BX Blue e a meutudo.

A Ali afirma que todos os meses são originados mais de R$ 60 bilhões em créditos de alto custo, em linhas que não contam com qualquer tipo de garantia, desde créditos pessoais, cheque especial e parcelamento de cartões de crédito.

Por meio do aplicativo Economizômetro, a Ali oferece a troca automatizada de dívidas mais caras, com o desconto direto na folha de pagamento. A plataforma realiza o levantamento automático de todas linhas de crédito tomadas pelo usuário, assim como os custos dessas linhas (mediante autorização formal) e faz o repagamento e troca desses créditos por uma operação com a Ali.

*Com informações do Startups

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