A Consorciei, fintech do setor de consórcios, está na reta final de negociação com mais duas instituições financeiras para alavancar sua oferta de crédito com garantia em cotas.”O consórcio é uma poupança, um ativo de grande valor porém invisível; há mais de R$ 50 bilhões em cotas de consórcio paradas no mercado”. A afirmação é de Alexandre Caliman Gomes, um dos fundadores da fintech, que nasceu em 2018 para comprar cotas de consorciados desistentes.
Gomes adiantou também que uma nova rodada de captação já está no radar da fintech. “Já atingimos nosso break even, mas queremos mais gás para alavancar o crescimento”. Em junho, levantou R$ 30 milhões junto à SK Tarpon e Tera Capital, dos fundadores do Pátria.
O sócio diz que quer “fechar o cerco” e se consolidar como um Hub para o ecossistema. Gomes não revela detalhes, mas promete agregar novas funcionalidades para aumentar o sucesso das administradoras na venda primária de cotas. Entre essas melhorias, estão o uso de tecnologia de ponta para a escolha do consórcio ideal até o fechamento do negócio, assim como no pagamento de parcelas e oferta de lances.
A solução da Consorciei é 100% digital – os recursos para comprar as cotas vêm de um fundo de direitos creditórios (FIDC) criado para este fim. A fintech afirma que já atendeu mais de 18 mil clientes e injetou mais de R$ 100 milhões no mercado, gerando liquidez durante o momento crítico de pandemia. Considerando também o crédito e a venda de cotas no mercado primário, a Consorciei calcula que facilitou mais de R$ 400 milhões em transações por meio de sua plataforma.
A empresa tem parceria com algumas das maiores administradoras de consórcios do Brasil, como Itaú, Santander, Porto Seguro, Magalu, Randon e outras que em conjunto representam 25% do mercado de consórcios.
Para Gomes, um dos segredos do sucesso do negócio é a facilidade de uso: “Uma das prioridades da Consorciei é a boa experiência do cliente; nossa plataforma é de autosserviço, temos um dos NPS (Net Promoter Score) mais altos do setor, em torno de 90 pontos”, diz.
Antes da Consorciei, a principal alternativa para quem desejava vender a sua cota de consórcio era o mercado informal, num “processo de venda pouco seguro e caro para o consorciado, resultando em um altíssimo nível de reclamações; entramos no mercado para ajudar a resolver essa dor”, explica Gomes.
Alternativa bastante difundida entre os brasileiros há 60 anos, o consórcio tende a ganhar tração em momentos de alta das taxas de juros, como o atual. De acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), no penúltimo mês de 2021, o mecanismo bateu três novos recordes históricos. Enquanto o acumulado de vendas com mais de 3,17 milhões de novas cotas, de janeiro a novembro, avançou 14,4% sobre as 2,77 milhões de adesões do mesmo período do ano passado, os negócios ultrapassaram a marca dos R$ 202,34 bilhões, 34,4% acima dos R$ 150,53 bilhões anteriores. O total de consorciados ativos cravou inéditos 8,40 milhões de participantes, em novembro, 8,9% sobre os 7,71 milhões, do mesmo mês em 2020.