O Zro Bank, banco digital multimoedas fundado em Recife (PE), acaba de montar um conselho consultivo com nomes experientes em serviços financeiros e tecnologia, num movimento para melhorar a governança do negócio, enquanto se prepara para uma nova captação.
Em notícia antecipada com exclusividade ao Finsiders, a fintech está anunciando a chegada de Eduardo Gouveia e Silvio Meira — ambos investidores da empresa — para inaugurarem o conselho. Com o CEO e cofundador da startup, Edisio Pereira Neto, serão quatro membros — a expectativa é divulgar mais um executivo do mercado financeiro entre este mês e o próximo.
“Estamos com propostas na mesa para uma segunda rodada, incluindo opções envolvendo players estratégicos. Procuramos sinergias, não apenas capital”, conta Edisio. “Poder contar com a experiência desses grandes nomes na condução das negociações e na melhoria da nossa governança é fundamental.”
Executivo experiente no setor financeiro, Gouveia foi CEO da Cielo, Alelo, Livelo e Multiplus. Atualmente, preside o conselho de administração da seguradora Mapfre e é membro do board de outras companhias, como CI&T e Lojas Quero-Quero. É, ainda, investidor e conselheiro consultivo de startups e fintechs, como Marvin, Asaas e Pin People.
Já o professor e pesquisador Silvio Meira — que compõe a lista de sócios do Zro desde outubro do ano passado, quando o fundo Multinvest Capital aportou R$ 25 milhões na fintech — é cientista-chefe da TDS Company. Preside o conselho de administração do Porto Digital e também integra o board de grandes empresas, como Magazine Luiza e CI&T.
Crescimento
Os conselheiros chegam num momento em que o Zro se aproxima de 500 mil downloads do aplicativo, com meta de chegar a 1 milhão ainda em 2022. “Nosso grande projeto até o fim do ano é lançar o cartão em dólar e euro e, assim, entrar no segmento de câmbio, algo que acabamos postergando”, revela Edisio.
Hoje, o Zro oferece serviços e funcionalidades de conta digital, transações via TED, Pix e um cartão de débito bandeira Visa, com cashback em Bitcoin. Os usuários podem, ainda, fazer transferências por meio de mensagens instantâneas, com custo zero. “Já liberamos outras criptomoedas, além do Bitcoin, para um grupo de usuários. Até o fim do mês, a ideia é adicionar 20 novas criptomoedas para toda a base”, conta o empreendedor.
Cripto
O mercado cripto passa por um forte ‘inverno’, com demissões em massa, como a anunciada pela Coinbase no mês passado, ou mesmo falências, caso da empresa de empréstimos de criptomoedas Celsius. O quadro também é negativo para o setor de tecnologia como um todo mundo afora, com a deterioração das condições econômicas.
Ainda assim, se até um tempo atrás cripto era algo para entusiastas, isso parece começar a mudar, com a entrada de empresas do “mercado tradicional”. Nubank e XP já colocaram seus pés no segmento. O PicPay está criando uma exchange para negociação de criptoativos, conforme revelou o site NeoFeed nesta semana.
“Estão entrando grandes players em cripto. Estamos também ‘na agulha’ para ter uma regulamentação do mercado, e isso é importante”, avalia Edisio.
Na lista de competidores do Zro, estão o próprio PicPay, quando tirar do papel os planos para cripto, além do Méliuz — que lançou em fevereiro deste ano uma conta digital com ‘criptoback’, o cashback de cripto, e há dois meses também fechou uma parceria com a fintech Liqi, de tokenização de ativos.
Quando entrar efetivamente em câmbio, o Zro vai concorrer com empresas como Wise, Nomad, C6 Bank, Inter, entre outros, além de novos players que estão debutando no mercado brasileiro, como Broad e Revolut. “Tem espaço para todo mundo”, diz Edisio.
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