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A Magnetis anunciou ontem (29) um aporte de R$ 60 milhões em uma rodada Série B, liderada pela Redpoint eventures, com participação do Vostok Emerging Finance — ambos já eram investidores da fintech. Com o dinheiro, a gestora de patrimônio digital vai investir em novas funcionalidades para melhorar a experiência do cliente na plataforma e prevê novos produtos para as carteiras dos usuários.
Outra novidade é o lançamento da própria corretora, depois de comprar a John Deere DTVM, que pertencia ao conglomerado do Banco John Deere. Com a transação aprovada pelo BC em fevereiro, a fintech está nos ajustes finais para colocar de pé a operação da sua DTVM.
O objetivo não é se transformar numa plataforma aberta de investimentos, com home broker, garante Luciano Tavares, CEO e fundador da Magnetis, em entrevista exclusiva à Finsiders. Hoje, a gestora tem parceria com a Easynvest, e o acordo será mantido, mesmo com a chegada da Magnetis Corretora.
Home broker está descartado
“Adquirimos a corretora para complementar o serviço de gestão. Não vamos mudar o modelo de negócio. Outros players estão montando home broker, mas essa não é nossa intenção.”
Vale lembrar que a Warren lançou, em abril deste ano, seu home broker para compra e venda de ações com taxa zero de corretagem. Em 2019, também entrou na briga pelo mercado B2B, com uma plataforma para escritórios de agentes autônomos que já tem mais de 200 parceiros plugados.
“Nosso diferencial é focar na gestão de patrimônio”, afirma Tavares. Com a própria corretora, a ideia é oferecer uma experiência mais “unificada” para a base de mais de 6 mil clientes ativos — número divulgado com exclusividade à Finsiders. O valor mínimo de aplicação é R$ 1 mil, mas o tíquete médio fica entre R$ 50 mil e R$ 500 mil, lembra Tavares. Pelo serviço, é cobrada uma taxa de 0,6% ao ano, percentual que inclui custos e taxas de cada produto.
Em breve, a fintech vai ampliar para seis os fundos de fundos próprios, com novos produtos de renda fixa e debêntures incentivadas. O objetivo é ter uma diversificação maior de carteira para os investidores.
“Não competimos com outros gestores e não tem conflito de interesse porque a remuneração é sempre a taxa de gestão. E fundos de fundos têm vantagem tributária para os clientes.”
Expansão
Criada em 2015 e primeira a ter o serviço de investimento automatizado no Brasil, também conhecido como robo-advisor, a Magnetis passou de R$ 430 milhões sob gestão e prevê atingir R$ 1 bilhão em 12 meses.
Recentemente, a gestora lançou uma nova funcionalidade que permite enxergar cada objetivo em uma caixinha, mas também com uma visão geral sobre a alocação do patrimônio. Em fase de testes, o recurso deve ficar disponível para toda a base de clientes em agosto, diz Tavares.
A plataforma oferece cinco tipos de carteira, de acordo com o perfil do investidor. A partir de uma varredura feita pelos robôs com mais de 20 mil produtos financeiros, o dinheiro é alocado em diferentes tipos de aplicações, como fundos de renda fixa, títulos de crédito privado, fundos multimercados, ações brasileiras, ações internacionais e fundos de previdência privada.
A rodada anunciada ontem é a terceira captação da gestora. Em 2015, a startup levantou R$ 3 milhões em round liderado pela monashees, acompanhado por Redpoint eventures, 500 Startups, NH Investimentos, além dos investidores Guilherme Horn, hoje diretor do banco BV, e Sergio Furio, fundador da Creditas. Em 2018, foi a vez de uma Série A de R$ 17 milhões, liderado pela Vostok Emerging Finance e monashees, com participação da Redpoint eventures.