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Depois de assinar um cheque para a Investtools em abril, a Vórtx — fintech de infraestrutura para o mercado financeiro — dá um novo passo em direção à digitalização dos serviços bancários voltados ao mercado de capitais. A empresa acaba de lançar sua conta ‘Escrow’ digital, uma plataforma que permite contratação e gestão em tempo real dos ativos, além de suporte para qualquer volume de transação.
Com valores a partir de R$300,00/mês, a fintech quer popularizar a modalidade, chegando, por exemplo, a transações mais simples, como de venda e compra de imóveis ou automóveis. Segundo Juliano Cornacchia, CEO e cofundador da Vórtx, o principal objetivo é desburocratizar o mercado financeiro e de capitais.
Com a Vórtx Escrow Prime, a empresa traz a expertise no mercado de capitais com tecnologia para entregar um produto completo para diferentes segmentos. Antes, ou as contas escrows estavam nos grandes conglomerados, em uma proposta mais analógica e sem muito foco, ou em pequenas fintechs, que podem agregar um risco de contraparte para as transações. Nós somos, provavelmente, o maior prestador de serviço independente, em termos de patrimônio líquido, a oferecer esse tipo serviço”, explica.
A ‘escrow’ é uma ferramenta de garantia, prevista em contratos ou acordos comerciais, que é mantida sob a tutela de uma instituição qualificada até o cumprimento das cláusulas por todas as partes envolvidas. Atualmente, esse tipo de serviço é comum em Fundos de Investimento em Direito Creditórios (FIDCs), fundos de crédito privado, no mercado imobiliário e em operações de M&A.
Atualmente, a Vórtx possui, aproximadamente, R$ 150 bilhões ativos divididos entre fundos e papéis de dívida sob custódia fiduciária, volume que cresceu recentemente com a compra do controle da Simplific Pavarini, que atua com prestação de serviços fiduciários desde 1994 em emissões de dívidas, CRI, CRA e outras funcionalidades com foco em ‘corporate trust’.
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No início de março, a fintech acompanhou uma rodada seed na Parfin, plataforma que busca conectar clientes institucionais a criptoativos, fundada por Marcos Viriato, ex-sócio do BTG Pactual. Em 2019, já havia adquirido Vorasys/BCInf, de soluções para o mercado financeiro. Também em março, conforme noticiado pelo Finsiders, levantou R$190 milhões em rodada liderada pelo private equity americano FTV Capital.
‘Back office’
Fundada em 2015, a Vórtx é ideia de Cornacchia e seu sócio Alexandre Assolini, ambos advogados com experiência de mais duas décadas em operações estruturadas. Enquanto alguns players fazem ou administração de fundos ou clearing das operações, por exemplo, a Vórtx busca conectar todas as pontas, usando inteligência de dados. A fintech chegou para concorrer com nomes tradicionais, como Oliveira Trust, Pentágono e BRL Trust.
A fintech só não atua com estruturação, distribuição ou gestão dos produtos, como jeito de manter a independência no setor. Ou seja, não compete com assets e bancos, mas é parceiro das instituições, oferecendo serviços de administração, custódia e liquidação para fundos e emissões de dívida, como CRI, CRA e debêntures. Sem abrir o faturamento, o empreendedor contou recentemente ao Finsiders que o negócio cresceu 70% em 2020, em relação ao ano anterior. Para 2021, a expectativa é mais do que dobrar a receita.
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Danylo Martins é jornalista com dez anos de cobertura de finanças, empreendedorismo e inovação no setor financeiro. Com MBA em mercado de capitais, é vencedor de quatro prêmios de jornalismo econômico e colabora com o jornal Valor Econômico há oito anos. Teve passagens por Folha de S.Paulo e revista Você S/A.
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