A LendMe, fintech de home equity e operações estruturadas, está preparando a captação de uma rodada Série A, com intenção de levantar uma quantia que suporte a operação durante dois anos. A informação foi antecipada com exclusividade à Finsiders por Elyseu Mardegan Jr., cofundador e CEO da empresa.
A rodada de captação será direcionada inicialmente para investidores pré-selecionados em Nova York e Dubai. Mas a fintech também está em contato com investidores locais fora do eixo Rio-São Paulo. O roadshow começará em fevereiro, com expectativa de fechar o deal no primeiro semestre, diz o empreendedor.
A plataforma, que usa tecnologia blockchain da rede Ethereum, começou a operar em agosto do ano passado, conforme noticiou a Finsiders. O negócio teve aporte de R$ 2,5 milhões captados com três investidores-anjos, um deles investidor profissional e os outros dois executivos do setor financeiro, de nomes não revelados.
Novos produtos
A empresa definiu um plano de expansão para os próximos dois anos, que envolve a sua entrada no open banking, por meio de produtos e serviços financeiros, em parceria com plataformas de banking as a service (Baas) e instituições de pagamento (IPs). O primeiro acordo está sendo costurado neste momento, diz Mardegan Jr. A proposta é ampliar a oferta, indo além do setor imobiliário, com a adição de seguros, investimentos, conta de pagamentos, consórcios, entre outros serviços.
A fintech também prevê apresentar um novo produto imobiliário no âmbito do sandbox regulatório do Banco Central (Bacen), desenvolvimento que não depende da rodada. A empresa não revela em qual segmento será a iniciativa, mas a Finsiders apurou que trata-se de um projeto relacionado à hipoteca reversa, assunto que já esteve na pauta legislativa algumas vezes desde 2018.
Funding
Operando como correspondente bancário da BMP Money Plus, a LendMe oferece empréstimos de R$ 100 mil a R$ 1,5 milhão, limitado a 50% do valor do imóvel, prazo entre 5 e 20 anos e taxas que variam de 0,81% a 1,20% ao mês. Por enquanto, não está nos planos abrir uma SCD.
Em quatro meses, a fintech originou cerca de R$ 12 milhões. “É factível, com o funding que temos”, diz o empreendedor. No ano passado, a empresa levantou R$ 40 milhões em duas tranches numa operação de securitização coordenada pela Urca Capital Partners.
No fim de 2020, a LendMe suspendeu a captação de um FIDC, no valor de R$ 100 milhões, por piora nas condições macroeconômicas, principalmente curva de juros. O plano é retomar a captação no primeiro trimestre deste ano, conta Mardegan Jr.
Perfil
Nos últimos 13 anos, Elyseu Mardegan Jr. se especializou em crédito imobiliário e home equity. Ex-vice-presidente da American Express, empresa onde trabalhou por mais de 17 anos, o executivo liderou a BM Sua Casa, projeto de crédito imobiliário para baixa renda da Brazilian Mortgages, operação comprada em 2011 pelo Banco Pan. Em sete anos, até 2013, a BM Sua Casa alcançou 120 lojas no Brasil e originou R$ 2,5 bilhões em cerca de 12 mil contratos.
Ao lado de Mardegan Jr. estão sete sócios, entre eles Felipe Leite, ex-gerente de risco de crédito da Creditas; Analu Nogueira, ex-gerente jurídica da securitizadora Isec; Jefferson Pavarin, sócio da Tehar Desenvolvimento Imobiliário e ex-executivo da Isec e da XP; e Maurício Silva, ex-gerente de operações do Paraná Banco.
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