Ainda em fase de testes, a conta digital will bank espera lançar em novembro sua conta digital completa, que inclui oferta de investimentos. A princípio, o dinheiro depositado nas contas será remunerado por aplicações automáticas em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) emitidos pela financeira Avista; depois, serão oferecidos produtos de terceiros.
A Avista lançou a conta pag! em 2017, que teve grande aceitação por parte do público “desbancarizado”; agora decidiu ampliar sua empreitada no mundo digital com o will bank.
Faz sentido. Em maio último, a Avista informou em seu balanço que, com a mudança de cenário, trocou o plano de investir em um mix diversificado de produtos de empréstimos por “direcionar nossa capacidade de funding para financiar os clientes do cartão pag!”. E com o crescimento exponencial do negócio, a Avista precisará ampliar suas fontes de captacão – a conta-corrente remunerada pelos CDB do will bank surge como alternativa.
Conta digital will bank: descomplicada
Além de funding para as operações da pag!, os investimentos em CDB da Avista que serão oferecidos pela conta digital will bank vão ajudar a democratizar o acesso a investimentos “de forma simples e descomplicada”, disse ao portal Fintechs Brasil Felipe Felix, presidente da fintech. No futuro, serão oferecidos também produtos de terceiros.
“A maioria dos clientes quer saber basicamente três coisas quando aplica: se é seguro, se tem liquidez e se rende mais do que a poupança” , acredita. Os investimentos em CDB têm garantia do FGC; a princípio, a aplicacão será automática para os correntistas, com liquidez diária – como já oferecem outros bancos digitais, como o Nubank.
“Não queremos ser mais um banco digital”, diz Felix. “Queremos oferecer um banco completo, com simplicidade mas com qualidade”, afirma, citando que a pag! está pela terceira vez disputando os primeiros lugares no ranking Reclame Aqui/Época Negócios. “Só abrimos conta para quem é aprovado para ter seu cartão de crédito, seja com a pag!, seja com o will”, informa. Essa, segundo ele, é uma das razões pelas quais a fintech pag! é uma operação lucrativa desde o ano passado.
Cartão pag!
A pag! é a principal responsável pelo crescimento da carteira de clientes e geração de receitas da Avista: representava 77% dos seus ativos e 90% de sua receita em dezembro de 2019, comparado com 32% e 70% em dezembro de 2018, respectivamente.
“A pag! tem 1,3 milhão de cartões emitidos e mais nove milhões de pedidos na fila. A carteira de crédito atingiu R$ 2,7 bilhões em 2019 e deve terminar 2020 em R$ 4,5 bilhões. Crescemos dez vezes em dois anos e meio”, diz Felix. Por isso, ambas as marcas – pag! e will – vão coexistir.
A maioria dos clientes da pag! estão no Nordeste – 60% da base, sendo que 55% mora em cidades com até 100 mil habitantes; 40% são desbancarizados e 25% só tem conta em bancos federais, informa Felix. “Não vamos abandonar essa base, mas estamos maduros para expandir a oferta de serviços financeiros e atender também outros públicos”.
Avista
O Grupo Avista é formado pela financeira e as instituições de pagamentos Supernova S.A. Meios de Pagamentos (“pag!”) e Avista S.A. Administradora de Cartões de Crédito (“Avista Cartões”). A pag! é emissora e processadora dos Cartões pag! MasterCard, que tem as necessidades de seus clientes financiadas pela Avista.
A Avista atingiu lucro líquido de R$ 8,8 bilhões em 2019, ante R$ 1,9 bilhão em 2018.
Segundo a Avista, a PAG S.A. Meios de Pagamentos foi cindida em 10 de Dezembro de 2019 em dois negócios segregados: pag!, produto digital cujas operações começaram em 2017, permitindo aos usuários a emissão de cartões Pag! Mastercard e o acesso a conta digital através da qual podem realizar depósitos, fazer saques, transferências, recargas de celular e pagar títulos e convênios; e Avista Cartões, negócio que continua operando, mas vem mantendo sua base constante desde 2018.