A fintech 123Qred (se pronuncia ‘um dois três cred’), de crédito sem garantia para PMEs, encontrou uma forma diferente de cobrar juros: como mensalidades. “É um jeito novo e mais fácil de entender, mais fácil para o empreendedor calcular o impacto no faturamento. Separamos o que é o pagamento do principal do que é juros, que chamamos de fee mensal pelo serviço que prestamos”, explica o CEO Adriano Duarte.
O empreendedor recebeu investimentos da sueca Qred, uma das 10 fintechs do futuro na Europa, e da WebRock Ventures – sueca-brasileira que também é sócia da Finanzero, outra fintech sueca que já está no Brasil há alguns anos. O captable tem ainda a participação do fundo internacional Atlantis.
Segundo o CEO da 123Qred, as soluções de crédito no mercado não são feitas para o pequeno empreendedor: “Para as PMEs é muito importante entender se a prestação cabe no bolso”, diz.
Do aporte inicial de R$ 10 milhões, metade já está comprometido com 230 clientes, dos setores comercial, industrial e serviços. Fundada há menos de um ano, a fintech já recebeu mais de 25 mil consultas; sua estimativa é alcançar mil usuários ativos nos próximos 12 meses – e alcançar o breakeven até 2022. Segundo Duarte, a inadimplência da fintech está na casa dos 5%.
O cliente alvo da 123Qred são PMEs com tempo mínimo de operação de dois anos, faturamento anual de R$ 150 mil e sem restrição grave ao CNPJ. “Montamos uma esteira de crédito ágil e 100% online – afinal, somos uma fintech. Com o apoio de tecnologia e algoritmos avançados, todo o processo, desde a aplicação até o depósito, pode durar menos de 24 horas, dependendo do envio dos documentos pelo cliente e sua disponibilidade para um primeiro contato”, diz. “Não queremos ser uma esteira, um moedor de carne, queremos entender o cliente, atuar como uma espécie de consultor para essas empresas, ajudando a decidir quanto e quando tomar crédito”, afirma.
Os valores dos empréstimos podem variar entre R$ 10 mil e R$ 150 mil e os prazos de pagamento vão de três a 24 meses. Eles não falam em juros, mas, pensando nas mensalidades cobradas, Duarte diz que são equivalentes a 2,5% ao mês, em média.
Duarte estava em outra fintech quando decidiu apostar em seu próprio negócio – que a princípio seria B2C. “A WebRock me procurou com a proposta de pivotar meu projeto para atender PMEs, e eu topei”, diz. O objetivo era trazer a combinação do pragmatismo sueco com a flexibilidade brasileira, seguindo o mesmo modelo das fintechs suecas que fornecem crédito de maneira rápida, sem exigência de garantias ou altas taxas de juros para pequenas e médias empresas, ainda mal assistidas no Brasil.
“Lançamos a empresa no meio da pandemia exatamente para ajudar os empresários nesse momento da economia e contribuir com o processo de retomada. Acompanhamos de perto o impacto da pandemia nas empresas e aprendemos a recalibrar o nosso modelo de análise, entendendo os detalhes da operação e não apenas o passado e presente, mas também o futuro”, acredita.