A Monkey, plataforma de antecipação de recebíveis de notas fiscais e cartão de crédito, acaba de colocar no ar a SpikeCash, plataforma aberta de antecipação de recebíveis a lojistas. A Monkey já oferecia a solução Spike Whitelabel – um sistema fechado e próprio de um único e-commerce, que antecipa recebíveis para seus lojistas.
O SpikeCash ainda está em fase piloto. “Temos uma fila de inscritos que já passa de 1,6 mil lojistas, e já começamos a credenciá-los”, diz Camila Rossi, Head de Marketing e Growth da Monkey. “Iniciamos agora em agosto liberando de 10 em 10 clientes, e o ritmo será intensificado em setembro”, revela. Até agora, a plataforma tem 10 instituições financeiras parceiras, entre bancos e FIDCs.
O mercado de antecipação de recebíveis gira em torno de R$ 3,2 trilhões por ano, diz Camila. Segundo ela, o objetivo do SpikeCash é proporcionar autonomia e liberdade aos empreendedores de pequeno e médio porte. A fintech prevê que, com a oferta de diversos players financeiros pelos recebíveis, os comerciantes consigam pagar taxas até 60% menores do que as que pagam atualmente.
“Ao conectar lojistas de todo o país com a oferta de diversos agentes financeiros, o SpikeCash possibilita o acesso a múltiplas condições de taxa que podem ser visualizadas em uma única tela da plataformas. O cadastro e o uso são gratuitos – quem paga a conta é a instituição financeira”, explica. “O gerenciamento centralizado dos recebíveis de diversas maquininhas e a rastreabilidade de todas as antecipações também são garantidos, permitindo ao lojista maior facilidade na gestão financeira do dia a dia, além de segurança ao realizar a operação”, diz a executiva.
A Monkey é uma plataforma de produtos e serviços financeiros que foi criada em 2016 por Gustavo Muller (CEO), Bruno Oliveira (COO) e Felipe Adorno (CTO). A startup atua com controle de processos, leilão reverso, white label, supply chain finance e gerencia a Spike. Tem como clientes mais de 55 grandes empresas, incluindo Fiat Chrysler, Gerdau, Saint-Gobain, GRSA e Usiminas, e tem como investidores a Wayra, hub de inovação aberta da Vivo no Brasil, o fundo Corporate Venture Capital do Itaú e o fundo americano Quona.
Marco legal
Em 25 de novembro do ano passado, foram publicadas pelo Banco Central (BC) a Resolução 264, que revogou a Circular nº 3.952, de 2019, para tratar do registro de recebíveis; e a Resolução CMN 5.045, que alterou a Resolução CMN nº 4.734, de 27 de junho de 2019, que estabelece condições e procedimentos para a realização de operações de desconto de recebíveis de arranjo de pagamento integrante do SPB baseado em conta pós-paga e de depósito à vista e de operações de crédito garantidas por esses recebíveis, por parte das instituições financeiras.
A Circular nº 3.952 havia desvinculado a antecipação de recebíveis cartões do “dono da maquininha”- conhecido como adquirente ou credenciador, normalmente controlado por uma instituição financeira. A regra criou a figura das registradoras e impôs a interoperabilidade entre elas. Hoje, há quatro registradoras em atuação: A Núclea (ex-CIP), Tag, da Stone, Cerc e B3. É responsabilidade das registradoras acompanhar valores e prazos dos financiamentos concedidos às empresas, além de informar ao Banco Central sobre as negociações em andamento.