A One7, plataforma de serviços financeiros que nasceu em 2018 em Tatuí para intermediar o adiantamento de recebíveis para indústrias, prepara-se para expandir ainda mais sua atuação neste ano. Segundo um dos sócios e CEO da fintech, João Paulo Fiuza, estão em andamento conversas com o varejo e com seguradoras para oferecer uma linha de crédito direto ao consumidor nos moldes de um consignado privado, ou seja, garantido pelos salários dos tomadores. “A oferta será apenas para funcionários das empresas que são nossas clientes nos descontos de recebíveis”, explica. O funding para esses empréstimos será captado com a emissão de Cédula de Crédito Bancário (CCB) do banco BMP Money Plus.
Em 2020, a One7 adquiriu o controle da fintech Rapidoo, especializada em gestão de recebíveis para micro e pequenos negócios com faturamento entre R$ 50 mil a R$ 250 mil mês, que presta serviços 100% digital. As operações de recebíveis para pequenas e médias empresas são lastreadas por Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs) e securitizadoras de crédito. A compra da Rapidoo também agregou outros produtos complementares para essas empresas, de emissão de boletos e gestão de recebíveis, que ajuda a controlar fluxo de caixa.
Recentemente, lançou no mercado a “toazul”, linha de crédito consignado privado para pessoa física. “O consignado é uma linha com custo até 50% mais baixo do que a média do mercado, mas quem contrata normalmente apenas troca dívida cara por essa, mais barata; queremos oferecer CDC para quem quer dinheiro para construir, comprar e crescer, e não apenas para sair do buraco. Nosso cliente tem que sair do crédito melhor do que entrou”.
Considerando os três negócios – a One7, Rapidoo e toazul – a plataforma tem hoje entre 8 e 9 mil clientes cedentes e 350 mil sacados; o valor médio dos empréstimos está em R$ 10 mil reais. “Em 2019, crescemos 91% e registramos R$ 1,89 bilhão em volume operado. Em 2021 o número de clientes vem crescendo 20% ao mês”, informa o CEO.
“Somos uma empresa do interior, mas com muita ambição”, diz Fiuza. “Nossos benchmarks estão fora do segmento, estamos sempre olhando para quem está fazendo disrupção”. Para ele, a tecnologia é uma aliada para alavancar os negócios. No começo, a empresa atuava com empresas médias, e planejava entrar no segmento de micro “mas, com a pandemia, não dava mais tempo de esperar dois anos para testar e rodar, então compramos a Rapidoo”, revela Fiuza, que injetou R$ 50 milhões na aquisição de direitos creditórios da fintech: “E temos interesse em continuar aportando recursos”.