O fundo Revolution, da Oasis Ventures, acaba de investir R$ 10 milhões na agfintech Nagro, em rodada liderada pela Kinea, do Itaú, uma semana após o Banco do Brasil aportar R$ 7 milhões na iRancho. Ou seja, setembro começou bem para startups do agronegócio.
Quando anunciou o investimento de R$ 10 milhões na PayFace, um dos sócios do Revolution, Marcelo Peano, antecipou a Fintechs Brasil que estava de olho numa agfintech. O Revolution foi o primeiro fundo brasileiro focado em fintechs.
A valor aportado pela Kinea na rodada série A da Nagro não foi revelado. No total, a startup já soma R$ 245 milhões captados em 2023 entre funding de crédito e equity. O objetivo é se consolidar como uma ‘one stop shop’ de negócios e crédito para fornecedores de insumo e produtores rurais.
Crédito para o campo
Os valores serão investidos na expansão da análise e monitoramento de risco de crédito para empresas, com a plataforma AgRisk, e concessão de crédito através dos dois Fiagros já levantados. Ao todo, já foram desembolsados mais de R$ 300 milhões para mais de 5 mil produtores rurais, atendidos de forma 100% digital.
“Queremos ajudar a melhorar a qualidade do crédito concedido, e apoiar a indústria e os distribuidores a fazerem mais negócios com tecnologia e crédito inteligente, disse em nota Mateus Carrijo, CMO da Nagro.
A plataforma AgRisk já analisou mais de 500 mil produtores rurais. Ou seja, cerca de 10% do mercado nacional, que segundo o Censo Agropecuário do IBGE é de 5 milhões de produtores. A concessão de crédito está atualmente pulverizada em 40 culturas distintas e mais de 2 mil municípios. Segundo os fundadores, a concretização da rodada série A também reforça a credibilidade da agfintech, com aportes de nomes importante do setor.
Os sócios da Nagro
Revolucionárias
“Por oferecer soluções para os pequenos e médios produtores, a Nagro ajuda a fomentar uma parcela relevante da produção brasileira”, destaca Philippe Schlumpf, gestor de venture capital da Kinea. Além disso, o setor vem sendo um dos destaques do país e os processos de análise de risco são importantes para este crescimento sustentável”,
“Apoiamos a criação de algumas das fintechs mais revolucionarias do país. Somos muito seletivos para escolher nossas investidas e os fundadores reconhecem essa experiência, e acabam nos escolhendo por esse diferencial. Vai além do aporte e envolve o apoio que o investidor necessita”, diz Jader Rossetto, sócio do fundo Revolution.
A Kinea é gestora do fiagro KNCA11, com patrimônio de mais de R$ 2 bilhões, e investimentos em startups como Digibee e Monkey Exchange.
Além de Peano, gestor do capital e sócio de Jorge Paulo Lemann na Utor Investimentos, e Rossetto, publicitário e criador de campanhas como Itaú Digital, a Oasis tem Márcia Mello como partner. Marcia tem passagens pela Cielo, Elavon e Global Payments, onde foi CEO, além de ser conselheira da PagSeguro, Letsbank, Leo Madeiras e do Interbank. Jader Rossetto é sócio de grandes agências de publicidade e criador de campanhas icônicas, como Itaú Digital e Desbancarize, da XP.
iRancho
A iRancho recebeu no dia 4/9 um aporte do Banco do Brasil, através do seu programa de corporate venture capital BB Ventures.. A startup é especializada na gestão de fazendas (uma espécie de ERP da pecuária) e rastreamento de gado também faz parte do portfólio do BR Angels. O programa de CVC do BB, por sua vez, em menos de um ano já tem cinco investidas.
“A relação do BR Angels com a iRancho teve início lá no comecinho de 2021, quando vimos que o negócio tinha potencial de escalar e impactar o setor agro ainda mais. De lá pra cá, Jose Bosco Silveira Jr. e os demais associados investidores aplicaram Smart Money na Agtech, com mentoria e abertura de portas. Tivemos ainda o co-investimento a AgroVen, grande parceiro neste período”, diz o fundador e CEO da BR Angels, Orlando Cintra.
A BR Angels vem focando em startups que aplicam Inteligência Artificial – a iRancho está patenteando uma solução de rastreamento de gado. Além disso, auxilia na gestão pecuária com melhor controle de insumos e redução de custos, beneficiando o processo de tomada de decisões dos pecuaristas.
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