(Matéria atualizada em 7 de julho) Ricardo Batista não é mais o CEO do Tribanco. Após o banco registrar resultados negativos desde o ano passado, o executivo acaba de deixar o comando da instituição, que faz parte do Martins, grupo de Uberlândia (MG) que atua com distribuição para pequenos e médios varejistas há mais de 70 anos.
Enquanto um novo nome não é definido para ocupar a cadeira de CEO, uma espécie de banca formada por três diretores — José Mario Garcia Cury, Marco Túlio da Silva e Rosana Ribeiro Miguel — assume a função de forma interina, apurou o Finsiders.
Ricardo estava no comando do Tribanco desde agosto de 2019, quando assumiu o lugar de Edson Nassar. Antes, ele havia sido também superintendente na instituição.
Nova posição
Depois da publicação desta reportagem, o executivo entrou em contato com o Finsiders e explicou que não está de saída do banco, e sim assumirá uma nova função.
A partir de agora, Ricardo será diretor-executivo, se reportando diretamente ao conselho de administração. Sua missão será liderar o processo de integração do Tribanco com o grupo Martins.
“Tem um movimento grande para investir na digitalização do Martins e explorar as sinergias com o banco. Hoje, dos 200 mil clientes que o grupo atende, o Tribanco só faz negócio com 10%. Então, o conselho quer mais velocidade nessa integração”, afirma Ricardo, em conversa com o Finsiders.
Antes de ingressar no Tribanco, onde está há 14 anos, o executivo atuou no Banco Panamericano (hoje Banco Pan) e no antigo banco Ibi. Passou, ainda, pela gestora Advent International e pelas varejistas de moda Lojas Renner e C&A.
Prejuízo
A troca no alto escalão ocorre num momento de números negativos para o Tribanco em diferentes indicadores. O banco, que chegou a ter um lucro líquido superior a R$ 51 milhões em 2021, reverteu os resultados para um prejuízo de R$ 70,3 milhões no ano passado.
Em setembro de 2022, inclusive, a Fitch afirmou o rating nacional de longo prazo ‘A(bra)’ do banco e revisou a perspectiva de estável para negativa, citando os efeitos negativos na rentabilidade da instituição e o cenário macroeconômico desafiador.
Ricardo reconhece os resultados ruins e atribui os números, principalmente, à pandemia e ao contexto adverso. Entre o fim de 2021 e início de 2022, ele diz que o banco conduziu um processo “preventivo” de ajuste no crédito, impactando diretamente as receitas.
“Tivemos perdas altas, menos receitas e elevado investimento em projetos como banco digital, adquirência e conta empresarial, num momento de juros altos”, diz o executivo.
Para 2023, ele enxerga um cenário mais positivo, com melhora de diversos indicadores macroeconômicos. O balanço do primeiro semestre do Tribanco ainda não foi fechado, mas Ricardo diz que os resultados devem vir melhores.
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