Rupee, de gestão contábil, deve anunciar aquisição esta semana

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Se tempo é dinheiro, otimizar e melhorar a gestão contábil e tributária é, sem dúvida, um dos grandes desafios para as empresas hoje em dia, não é mesmo? Não à toa, algumas startups têm investido fortemente em tecnologia para ajudar outras companhias a acabarem com os processos burocráticos, evitando assim um atraso do seu crescimento.

Uma delas é o Rupee, plataforma criada em 2018 por Guilherme Baumworcel que busca aproveitar um mercado ainda pouco explorado pela tecnologia. Contador por formação e passagem pelo time de consultores da Deloitte, Baumworcel passou um ano como coordenador de controladoria de uma instituição financeira até chegar à PwC, com apenas 25 anos.

Ao sair de lá, chegou a fundar sua própria empresa, mas precisou vender após uma multa alta. Com isso, veio a ideia de fundar a Rupee, e com apenas cinco meses de operação, já atingiu o breakeven.

“Os departamentos contábeis, fiscais e de folha das grandes empresas e dos escritórios contábeis trabalham até hoje em uma cultura fordista de linha de produção e o Rupee nasceu para trazê-los do século passado para o que há de mais novo, como as metodologias ágeis, inteligência artificial, computação em nuvem, ou seja tecnologia de ponta”, diz Baumworcel.

De acordo com dados do Doing Business Subnacional Brasil 2021, produzido pelo Banco Mundial e divulgado no mês passado, as companhias brasileiras gastam entre 1.483 e 1.501 horas por ano para preparar, declarar e pagar impostos, amargando a liderança planetária nessa posição. “O Brasil é o país mais burocrático do mundo”, reforça o founder.

Com a reforma tributária, que ainda está em tramitação, estima-se diminuir esse tempo para 600 horas, podendo reduzir ainda mais com a metodologia Kanban, desenvolvida pela empresa.

Atualmente, a startup trabalha com três soluções: ‘Kanban Inteligente’, plataforma em nuvem de gestão de times; ‘Paralegal’, responsável pela administração das atividades e documentos da organização, como abertura e fechamento de filiais, por exemplo, além da ‘Wiselt BPM’, voltada — dentre outras funções — para o atendimento ao cliente. Com uma nova aquisição, que será anunciada esta semana, mais um produto deve ser lançado, disse o empreendedor com exclusividade ao Finsiders, sem dar muitos detalhes.

Ao todo, a startup fez seus clientes economizarem mais de R$ 42 milhões em multas e mais de 312 horas em burocracia tributária. Com uma base de 7 mil deles em diversos setores (incluindo nomes conhecidos como OLX, Ifood, Ipiranga e C&A), tem previsão de faturamento na casa dos R$ 6 milhões até o fim do ano. Crescimento acelerado à parte, Baumworcel não se intimida quando o assunto são os concorrentes. “Não existe no mundo uma ferramenta de metodologia ágil, que não seja para projetos, com recorrência, periodicidade e que tenha inteligência artificial por trás.”

Apesar de o fundador não enxergar competidores no segmento, há alguns exemplos que se aproximam, embora não tenham exatamente o mesmo modelo. O AsaaS é um deles. A fintech catarinense anunciou em maio a compra da Base ERP, um SaaS baseado em nuvem para gestão de pequenos negócios. Com mais de 56 mil clientes em todo o Brasil, a startup já transacionou mais de R$ 3 bilhões pela sua plataforma.

Engrossam a fila ainda a Contabilizei, escritório de contabilidade online que atende micro e pequenas empresas (investida do Sofbank no mês passado, inclusive), além da Conta Azul, que oferece um sistema de gestão online para PMEs.

Números consideráveis

No ano passado, o Rupee registrou um crescimento de 335% na receita, o que deu gás para a expansão das operações em Nassau, capital das Bahamas e Manchester, na Inglaterra. Para os próximos meses, estão na lista Estados Unidos, Argentina, Canadá e Portugal, além do Oriente Médio. “O sonho grande é ser listado na bolsa de Dubai”.

Assim, de olho no mercado global, a companhia tem expectativa de encerrar 2021 com investimentos de até US$ 10 milhões. “Já estamos adquirindo empresas no Brasil e chegando em novos mercados. Devemos ter uma rodada de investimentos em breve”, destaca o empreendedor.

Em abril deste ano, o Rupee captou R$ 1,5 milhão em uma rodada pré-seed em menos de 24 horas, liderada por investidores estrangeiros, de nomes não revelados. Logo em sua fundação, lembra o empreendedor, a startup contou com o aporte de alguns ‘anjos’ conhecidos no mercado, como o empreendedor Alfredo Soares, VP Institucional da Vtex e Orlando Alvarenga, sócio da Fox Investimentos. Esse assunto, aliás, é tratado com muita atenção pelo CEO. “É um casamento, investidor e empreendedor. Eu não topo qualquer investidor”.

Baumworcel tem como referência o conceito do porquê, idealizado por Simon Sinek e que consiste em um dos grandes motores para o avanço mundial da startup. “Empresas são formadas por pessoas. A maioria não sabe o porquê e as grandes organizações que transformaram o mundo foram pelo caminho contrário. No Rupee, a gente fala o nosso porquê, de mudar a vida das pessoas. Sonhe grande, realize maior ainda”.

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Giovanni Porfírio é jornalista com cinco anos de carreira, foi editor web no Startupi antes de chegar ao Finsiders. Formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e pós-graduando em Produção e Práticas Jornalísticas na Contemporaneidade na Faculdade Cásper Líbero (FCL), teve passagens, ainda, por RICTV Record Londrina e Folha de Londrina.

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