A Teddy Open Finance, plataforma digital para bancários autônomos, correspondentes bancários e assessores de investimentos, acaba de colocar no ar uma nova ferramenta, com foco em treinamento e capacitação dos profissionais (chamados de business bankers). A fintech também está prestes a lançar uma nova versão do seu aplicativo e planeja abrir uma rodada de captação para acelerar o crescimento no ano que vem.
O Teddy Play funciona como uma espécie de “Netflix para os bancários autônomos”, com cerca de 200 conteúdos, incluindo vídeos sobre os produtos, informações e simulação sobre as comissões de cada produto, artes para publicação de campanhas de marketing nas redes sociais, entre outros materiais.
“Levamos quase seis meses para deixar a solução pronta, incluindo tecnologia e produção dos conteúdos”, diz Wagner Ferreira, CEO e fundador da Teddy, em entrevista exclusiva ao Finsiders. A funcionalidade é parte da versão 2.0 do app, que será lançada até o fim do mês. “Estamos fazendo os últimos testes”, revela o empreendedor.
“Pelo aplicativo, os business bankers vão conseguir fazer simulações, acompanhar propostas, gerir a base de clientes, assistir aos vídeos no Teddy Play, acompanhar notícias. Tudo numa jornada prática e simples”, conta Wagner. A fintech também lançou recentemente uma plataforma white-label, com foco em escritórios de investimentos e de crédito. “Já estamos com 20 escritórios operando”, informa o fundador.
Hub de soluções financeiras
Com sede em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, a Teddy se posiciona como um hub que conecta os bancários autônomos a mais de 70 instituições financeiras, incluindo nomes como Banco BV, BTG Pactual, Banco Daycoval, Creditas e Porto Seguro, entre outros players. O foco é em produtos PJ, como conta digital, capital de giro, antecipação a fornecedores, debêntures, consórcios e outros.
De janeiro a setembro deste ano, os business bankers plugados à plataforma originaram R$ 3 bilhões em propostas. Atualmente, a base reúne 400 profissionais — eram 120 em maio, quando Wagner falou ao Finsiders. A expectativa de chegar a 600 profissionais se mantém para este ano, diz o empreendedor. O plano é atingir entre 2 mil e 3 mil business bankers até o fim de 2023.
Segundo ele, a entrada de novos profissionais é bastante seletiva. É necessário que o profissional possua mais de três anos de experiência no segmento bancário ou que atue como assessor de investimentos. O modelo de negócio é 80/20 — a cada produto vendido, a maior fatia (80%) da comissão fica com o banker, e a Teddy ganha os 20% restantes.
“Para estar dentro da plataforma, depois da primeira entrevista, leva um período de 10 dias. Estamos tentando diminuir esse prazo para 6 dias, usando tecnologia.”
Em operação há pouco mais de um ano, a Teddy começou com um investimento de R$ 2,5 milhões e até hoje não levantou recursos no mercado. Agora a fintech planeja abrir a primeira rodada de captação para acelerar a estratégia de marketing, growth e força de vendas. “Temos runway, mas precisamos crescer. Então, a partir do fim do ano, começamos a ir atrás de investimento”, diz Wagner.
Mercado
Modelos de negócio como o da Teddy ganham força em um cenário de implementação do Open Finance, aumento dos canais digitais para transações financeiras e de redução das agências bancárias — que passaram de 19,3 mil em 2020 para 18,3 mil no ano passado, conforme dados do Banco Central (BC).
Quem também aposta em uma solução para bancários autônomos é a Franq, que soma mais de 6 mil profissionais cadastrados, que indicam mais de 150 produtos de 45 parceiros, conforme informações em seu site. Na lista de parceiros, estão desde grandes bancos como Banco do Brasil (BB), Itaú Unibanco, Bradesco e Santander até fintechs como Creditas, Neon, CashMe, entre outras.
Fundada por Paulo Silva — executivo com mais de 30 anos de carreira em bancos como BB, HSBC, Citi e Santander —, a Franq levantou R$ 20 milhões com o Valor Capital Group em junho do ano passado.
Leia também:
PicPay cria hub de Open Finance e vai lançar iniciação de pagamentos
Cinco cenários para o futuro do setor bancário, na visão da PwC
Artigo: Open Finance e evolução da indústria de dados financeiros
Artigo: Dilema dos bancos digitais; construir, comprar ou otimizar?