
A B3 está estudando novas tecnologias como tokenização e stablecoins para ampliar seu portfólio de produtos. A informação foi divulgada pela companhia durante o B3 Day, evento realizado nesta terça-feira (16/12) para investidores. A iniciativa faz parte da estratégia de diversificação de receitas da dona da bolsa de valores brasileira.
De acordo com a B3, a intenção é conectar a tokenizadora à infraestrutura atual, de negociação e pós-negociação, para ofertar novos produtos ao mercado por meio de plataforma. Já a stablecoin seria o “viabilizador da liquidação” nessa nova estrutura, assim como servirá como “ferramenta para todo ecossistema digital” utilizá-lo como meio de liquidação em real.

Para o ano que vem, a B3 também prevê lançamento de Contratos de Eventos Financeiros. Esses instrumentos serão do tipo sim/não, conectados a perguntas objetivas, com payoff limitado (o investidor já sabe quanto vai pagar e quanto poderá ganhar) e sem alavancagem. A empresa disse já ter solicitado ao regulador autorização para cinco novos derivativos digitais.
“A intersecção entre infraestruturas de mercado tradicionais com plataformas de mercados preditivos é uma tendência global, e a B3 vem acompanhando e estudando esses avanços”, disse, em nota.
Atualmente, entre 250 mil e 300 mil clientes da B3 operam derivativos tradicionais, como minicontratos. Com os novos derivativos digitais, a bolsa vê potencial de atrair mais investidores entre os 5,4 milhões de pessoas físicas que já investem em renda variável.
PMEs e duplicatas
No mercado de renda variável, produtos com grande potencial de crescimento são os índices, ETFs e empréstimos de ações. Além disso, o regime Fácil, iniciativa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com foco em Pequenas e Médias Empresas (PMEs), pode fortalecer o pipeline de ofertas de ações em uma próxima janela de mercado, disse a B3.
Já em renda fixa, a B3 informou que irá focar seus esforços em duas frentes. Uma delas é preparar sua infraestrutura para o mercado de duplicatas escriturais. Neste ano, aliás, a dona da bolsa brasileira fez duas aquisições (Shipay e CRDC) para avançar na seara. A outra frente é fomentar a negociação de títulos públicos federais e títulos privados no mercado secundário.
Investimentos
Em 2025, a B3 investiu R$ 1 bilhão em projetos de seu portfólio, com objetivo de sustentar e inovar em seus principais negócios. O segmento de “mercado” (renda variável, derivativos, renda fixa e crédito) recebeu 53% do investimento. Já “tecnologias e plataformas” responderam por 23% do montante. As soluções analíticas de dados receberam 16%, en as soluções para mercado de capitais ficaram com 8% do investimento.
Nas projeções para 2026, os desembolsos totais da B3 estão entre R$ 3,1 bilhões e R$ 3,6 bilhões. A cifra considera entre R$ 2,4 bilhões e R$ 2,6 bilhões em despesas ajustadas, entre R$ 260 milhões e R$ 350 milhões em Capex e despesas atreladas ao faturamento entre R$ 510 milhões e R$ 660 milhões.