O advento de uma nova era trazida pelo avanço do Open Finance no Brasil traz à tona uma questão central: como garantir a segurança dos dados.
Segundo o relatório do Centro de Recursos para Roubo de Identidade (ITRC), foram mais de 1,1 bilhão de casos de vazamento de dados só no primeiro semestre de 2024 nos Estados Unidos. Um crescimento de quase 500% em comparação com o mesmo período no ano anterior. No Brasil, somente em 2024, o Centro de Prevenção, Tratamento e Resposta a Incidentes Cibernéticos de Governo (CTIR Gov) registrou um recorde de vazamento de dados. Foram mais de 3,2 mil vazamentos, representando mais que o dobro dos números registrados entre 2020 e 2023.
Acompanhe a seguir cinco dicas de Bruno Moura, diretor de negócios da klavi, indispensáveis para o ambiente de finanças abertas:
1. Compreenda o funcionamento do Open Finance
Atualmente, o compartilhamento de dados pelo Open Finance possui múltiplas camadas de segurança que protegem tanto as instituições financeiras quanto os consumidores. Em setembro de 2024, o volume de chamadas de APIs para compartilhamento de dados alcançou 2,25 bilhões, refletindo a adesão ao sistema. Esse processo inclui a validação do usuário por meio do app do banco. Isso dá ao consumidor visibilidade sobre a origem e o destino de seus dados. Além disso, o Banco Central exige que as empresas participantes do Open Finance adotem práticas rigorosas de segurança da informação e governança de dados, reforçando a proteção em todas as etapas.
O conceito de Open Finance oferece aos consumidores a liberdade de compartilhar suas informações entre diferentes instituições financeiras, o que amplia o acesso a serviços personalizados e vantajosos, como crédito e investimentos sob medida. Essa inovação representa uma verdadeira revolução na forma como as pessoas acessam e gerenciam suas finanças, trazendo mais autonomia e opções para o consumidor. “
2. Valide a autenticidade dos serviços financeiros
Com a ampliação do Open Finance, o mercado financeiro tem se tornado mais complexo, e serviços fraudulentos têm surgido para explorar vulnerabilidades. É recomendável semore verificar se a instituição possui certificações de segurança, como o PCI-DSS, que assegura a proteção de dados financeiros. Essa prática ganha ainda mais relevância em um cenário onde, segundo o Panorama Político 2024, realizado pelo DataSenado, 24% dos brasileiros informaram terem sido vítimas de crimes cibernéticos no último ano, incluindo fraudes de internet, invasão de contas bancárias e até clonagem de cartão.
3. Fortaleça suas credenciais de acesso
Senhas fracas e o compartilhamento inadequado de credenciais são algumas das principais brechas exploradas em crimes cibernéticos. Suas credenciais são a chave para seus dados financeiros. Utilizar autenticação em dois fatores e manter senhas seguras, longe de redes públicas, reduz significativamente o risco de acessos não autorizados”, ressalta.
4. Monitore suas contas e transações periodicamente
Ao abrir suas informações para diferentes instituições, o consumidor precisa monitorar suas contas com frequência para identificar qualquer movimento suspeito. O monitoramento regular das contas é essencial para detectar atividades suspeitas e agir rapidamente. Verificar transações e relatórios bancários ajuda a identificar fraudes antes que causem grandes prejuízos.
5. Selecione parceiros confiáveis
Escolher bem seu banco é crucial. Instituições que operam com dados devem ter políticas de privacidade claras e compromissos públicos com a segurança da informação. Pesquise a reputação e as práticas de segurança das instituições antes de compartilhar suas informações. Esse cuidado é fundamental para proteger seus dados financeiros. Além disso, consumidores podem verificar se a instituição segue o Open Banking Brasil, programa regulamentado pelo Banco Central, que assegura a adoção de práticas de segurança rígidas no compartilhamento de dados.