Em uma dança das cadeiras de âmbito global, o fundador da Movile e presidente do iFood, Fabrício Bloisi, foi indicado ao posto máximo do comando da Prosus, a dona do aplicativo de entrega de comida. Ele também ficará à frente do grupo de mídia sulafricano Naspers, dono da Prosus. Fabricio sentará na cadeira que até setembro do ano passado era de Bob van Dijk. O executivo renunciou de forma repentina após quase uma década.
Com Fabrício subindo ao topo máximo da hierarquia do grupo, o iFood passa a ter o comando de Diego Barreto. Há sete anos, ele toca as finanças e a estratégia do aplicativo. Aqui no Brasil a mudança de posto é imediata. Já na Prosus/Naspers, Fabrício só assume em 1º de julho.
“Apoiar empreendedores excepcionais que melhoram a vida das pessoas todos os dias por meio da tecnologia nos trouxe alguns sucessos ao longo dos anos. O Fabrício é um empreendedor com um histórico comprovado. Sua indicação como CEO colocam a inovação e o empreendedorismo no coração do grupo”, disse Koos Bekker, presidente do conselho da Prosus e da Naspers, em comunicado.
Evolução
A Naspers fez seu primeiro investimento na Movile no que seria sua série A, em 2007. Na época, Anderson Thees comandava a operação do grupo no Brasil. Por volta de 2010, então, ela assumiu o controle do negócio e foi fazendo novos aportes para acelerar o crescimento ao longo dos anos.
Em 2013 a Movile fez seu primeiro aporte no iFood, um negócio então com apenas 20 funcionários. Atualmente, a operação tem mais de seis mil pessoas e atende mais de 70 milhões de pedidos por mês, indo além dos restaurantes. O iFood ficou tão grande que foi emancipado da Movile e acabou incorporando parte da estrutura de seu antigo investidor. “Apesar de ser um novo ciclo que se abre com a mudança de liderança, pra mim, na verdade, ele é um ciclo que se mantém. Isso porque ele é baseado nos mesmos princípios, mesmos valores na mesma visão, na mesma estratégia”, disse Diego Barreto, em seu perfil no Instagram.
“Certamente esse movimento foi feito pela capacidade do Fabrício de ter criado uma cultura empreendedora, que tem uma disciplina gigantesca pra fazer planejamento e executar os planos, mas também toma riscos e aprende rápido. É um movimento muito claro de reinventar a companhia com uma cultura empreendedora, e não de colocar alguém que fica lá pra administrar os ativos”, disse um executivo que conhece o grupo.
Novas tecnologias
Em comunicado, Fabrício disse acreditar que a Prosus deve assumir um papel importante na identificação de novas tecnologias que impactam o mundo e especificamente os mercados emergentes. Por exemplo, inteligência artificial. “Nosso foco em inovação e disciplina, combinado com nossa equipe extraordinário, conhecimento e cultura, é a receita para melhores experiência para nossos clientes, oportunidades para nossos funcionários e melhores resultados para nossos acionais por um futuro longo”, afirmou.
De acordo com a Prosus, seus objetivos gerais permanecem intactos com a mudança de comando. E ela está no caminho para entregar metas como lucro operacional na operação de e-commerce na segunda metade do ano fiscal de 2024 e seu programa de recompra de ações. O resultado financeiro do ano de 2023 sairá no dia 24 de junho.
*Conteúdo publicado originalmente no site parceiro Startups.