A empresa de tecnologia Jitterbit acaba de ‘turbinar’ a Harmony, sua Plataforma de Integração como Serviço (iPaaS, na sigla em inglês) com Inteligência Artificial (IA) em camadas e agentes autônomos. O CEO global da empresa, Bill Corner, esteve em São Paulo na terça-feira (6/5) para anunciar a evolução.
Enquanto Visa e Mastercard anunciam o uso com foco no cliente final, na Jitterbit, os agentes autônomos — também chamados responsible agentic AIs — focam em integração, automação e orquestração de sistemas corporativos. Segundo a empresa, eles são capazes de automatizar tarefas, acelerar o desenvolvimento de soluções internas e manter requisitos de segurança, rastreabilidade e governança.
A plataforma já vem sendo usada em casos como atendimento ao cliente com assistentes inteligentes, integração de recursos humanos, automação da cadeia de suprimentos, planejamento de contas de vendas, pesquisa jurídica e análise financeira. De acordo com o CEO da Jitterbit, uma empresa média trabalha com cerca de mil aplicações distintas, das quais apenas 28% estão integradas. Bill disse que, segundo estudos recentes, nos próximos dois anos, o mercado exigirá o desenvolvimento de 500 milhões de novos aplicativos.
Levantamento próprio da Jitterbit, o “2025 Automation Benchmark Report”, aponta que 99% das empresas já utilizam IA em suas operações. E 31% planejam adotar agentes autônomos. Esses números, disse Bill, refletem uma nova fase no uso corporativo da IA, voltada não apenas para automação pontual. Mas para a tomada de decisão descentralizada e contínua.
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Vtex e Adyen
No Brasil, a Jitterbit já atende empresas como Arezzo, Embraer, Grupo Big, Smart Fit, Vtex e Adyen, que utilizam a Harmony para integração e automação de processos internos. A Vtex, por exemplo, que fornece infraestrutura de e-commerce para grandes varejistas, pode utilizar os novos agentes de IA para automatizar fluxos de dados entre marketplaces, sistemas de estoque e ERPs. Isso inclui a identificação de gargalos logísticos e a reconfiguração automática de promoções ou alocação de produtos.
Já a Adyen, especializada em soluções de pagamento, pode empregar agentes autônomos para integrar sistemas antifraude com estruturas financeiras internas e mecanismos de compliance. Assim, pode monitorar transações em tempo real e atualizando parâmetros de risco de forma contínua. Em ambos os casos, os agentes podem ser criados pelos próprios times ou desenvolvidos sob demanda pela Jitterbit, com camadas adicionais de controle e validação.
A Harmony reúne soluções como app builder, API manager e Intercâmbio Eletrônico de Dados (EDI, na sigla em inglês). A partir de junho de 2025, dois agentes de IA específicos estarão disponíveis para todos os clientes: um para o app builder e outro para o API manager. O do app builder permitirá a criação e modificação de aplicativos com base em comandos em linguagem natural. O usuário poderá, por exemplo, enviar uma imagem como referência visual e orientar a aparência da interface gerada. Já o do API Manager possibilitará a criação automatizada de APIs, com foco na redução do tempo de desenvolvimento e no aumento da produtividade das equipes técnicas.
A arquitetura de IA em camadas foi desenhada com mecanismos integrados de validação humana, segurança e rastreabilidade. A proposta é garantir que os agentes ajam dentro de parâmetros confiáveis e com controles para evitar erros, alucinações ou decisões inadequadas, explicou Bill.
