As empresas do setor financeiro são as que mais desenvolvem projetos de corporate venture capital (CVC) e inovação aberta no Brasil. De acordo com um novo levantamento da consultoria de inovação ACE Cortex, 23,4% dessas organizações investem capital corporativo ou realizam programas em conjunto com startups.
Em seguida, aparecem os setores de Bens e Consumo (14,9%), Transporte e Logística (12,7%), Saúde (8,5%), Energia Petróleo e Gás (6,3%), Construção e Engenharia (6,3%), Indústria Química (4,2%), Mineração e Metais (4,2%), Indústria Automotiva (4,2%). Serviços, Educação e Varejo têm uma participação um pouco menor, com 2,1% cada.
“A inovação é a força motriz por trás do progresso. É um componente crítico no cenário de negócios no Brasil”, afirma Luís Gustavo Lima, CEO da ACE Cortex, em nota. “Embora muitas empresas ainda estejam em estágios iniciais de adoção, há um claro reconhecimento dos benefícios que essa abordagem pode trazer”, avalia.
A pesquisa foi feita com executivos e líderes de mais de 170 companhias brasileiras com faturamento anual de até R$ 10 bilhões. Cerca de 40% das empresas respondentes citam o CVC, a inovação aberta e o corporate venture building como algumas das estratégias adotadas para “causar disrupção em seus mercados de atuação”. As motivações para as companhias realizarem algum tipo de inovação, segundo a pesquisa, são o desenvolvimento de novos modelos de negócio, o desenvolvimento de novas tecnologias e a digitalização de áreas e processos.
Tecnologia e inovação
O sucesso da inovação nas organizações está relacionado, principalmente, à cultura empresarial, estratégia e liderança das companhias. “Estratégia estar entre os pilares mais citados pelos executivos reflete uma nova postura das companhias diante de projetos que demandaram tempo e dinheiro, mas que não tiveram êxito justamente por falta de planejamento e objetivos claros”, analisa Luís.
A ACE Cortex chama a atenção para o fato da tecnologia ter sido mencionada apenas por 7% dos entrevistados como um dos principais fatores para a inovação. O resultado, de acordo com a consultoria, indica que as empresas estão finalmente enxergando a tecnologia como um meio e não um fim.
Mais de 70% dos entrevistados acreditam que a inovação é uma prioridade nas organizações em que atuam. Quase 54% das empresas já possuem um comitê de inovação para decidir sobre o futuro de projetos e alocação de recursos. No entanto, cerca de 40% das organizações respondentes ainda não possuem um sistema efetivo para testar e validar iniciativas de inovação.
No mercado de corporate venture building, o grande destaque vai para empresas da área da saúde, que correspondem a 15% das organizações que investem nesta estratégia. Completam a lista corporações dos setores Financeiro e Investimentos(10%), Metais e Mineração(6%), Bens de Consumo (5%), Cosmético (5%), Seguros (5%), TI & Telecom (5%), “Petróleo, Gás e Energia” (5%), “Varejo” (5%), “Consultoria” (4%), “Serviços” (4%), Transporte e Logística (4%), Indústria Automotiva (3%), Agronegócio (3%) e Alimentos e Bebidas (3%). Outros segmentos representam 2% ou menos do total.
*Conteúdo publicado originalmente pelo portal parceiro Startups.
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