Um dia após anunciar a troca de comando no Brasil, o Santander divulgou lucro de R$ 4,2 bilhões no segundo trimestre deste ano, quase o dobro do mesmo período do ano passado – e um recorde histórico.
Mais uma vez, o banco reduziu as provisões para perdas com crédito e registrou aumento de receitas com tarifas.
Segundo a Reuters, analistas creditam o salto no lucro à estratégia de conquistar novos clientes numa competição mais acirrada com fintechs. Recentemente, o Santander vem acelerando investimentos na sua estratégia digital, inclusive com aquisições de fintechs como a Toro Investimentos, e também ampliando sua atuação no segmento automotivo. Além disso, vai separar a área de tecnologia em uma empresa à parte, a F1rst, enquanto prepara a empresa de adquirência GetNet para um IPO.
O Santander reservou R$ 3,3 bilhões em provisões para créditos de liquidação duvidosa, uma queda de 0,3% em relação ao ano anterior. Esse montante não leva em consideração uma provisão extraordinária de R$ 3,2 bilhões que o banco reservou um ano antes para potenciais empréstimos inadimplentes decorrentes da pandemia.O índice de inadimplência em 90 dias do banco subiu 0,1 ponto percentual no trimestre, para 2,2%.
A carteira de crédito cresceu 3,5% em relação a março, impulsionada principalmente por consumidores e pequenas empresas. Mesmo assim, a margem financeira permaneceu estável em relação ao primeiro trimestre, devido aos ganhos com tesouraria mais baixos.
Troca de comando
Sergio Rial, que esteve à frente da operação brasileira por sete ano, será substituído por Mario Roberto Opice Leão a partir de janeiro. Leão é o atual vice-presidente da área de empresas, e também será indicado para uma vaga no conselho de administração, que passará a ser presidido por Rial. O atual vice-presidente de finanças da subsidiária brasileira e membro do comitê executivo, Carlos Rey de Vicente, passa a ser chefe regional da América do Sul para o Grupo Santander.O executivo deve seguir como membro do conselho do Grupo Santander na Espanha, além de presidente da Ebury e membro do conselho da PagoNxt, fintech de pagamentos globais da instituição, segundo comunicado divulgado pela empresa nesta terça-feira (27).