A TruePay, fintech de soluções de pagamentos voltada aos pequenos e médios varejistas — próxima de completar um ano de vida — acaba de receber seu segundo cheque, no valor de R$ 176 milhões (ou US$ 32 milhões, ao câmbio de hoje). A rodada Série A foi liderada pelo Addition, o fundo de Venture Capital de Lee Fixel (ex-Tiger Global Management).
O valor, um dos maiores da América Latina para startups no mesmo estágio, vem cerca de dois meses após a rodada seed de R$ 45 milhões, que já contou com a co-liderança de quatro VCs de peso: Kaszek, Monashees, Global Founders Capital (GFC) e ONEVC.
Com o novo cheque, a empresa informou que irá continuar construindo tecnologia de ponta, para aumentar a capacidade de atendimento e, sobretudo, expandir o time, com foco em profissionais de engenharia de software, produto, dados e design.
Neste cenário, a fintech espera crescer 10x até o fim de 2022. A média de crescimento mensal tem sido de 100% o que, a julgar por uma startup early-stage, é perfeitamente natural. Segundo a TruePay, sua base de clientes está na “casa dos milhares”, operando em todo o Brasil. Mas a fintech — como já aconteceu no anúncio do seed money — não abre o número absoluto, tampouco fala de nomes de clientes.
Em entrevista ao Finsiders, em setembro, os fundadores Pedro Oliveira e Luis Eduardo Cascão disseram que o objetivo da fintech é ser o parceiro comercial do B2B, tornando a vida do empreendedor mais fácil por meio de um maior acesso a crédito para pequenos e médios varejistas. O produto oferecido parece com um cartão PJ, segundo os fundadores, com recebível performado ou não performado.
A TruePay fez seu lançamento oficial em junho, quando da entrada em vigor das novas regras de recebíveis de cartão. E apesar das dificuldades técnicas e operacionais da época, os empreendedores afirmaram que a plataforma estava operando sem maiores problemas.
Segmento atrativo
Mesmo sem informações de que as dificuldades técnicas enfrentadas pelas registradoras de recebíveis estão próximas de serem sanadas, o mercado segue a todo o vapor.
Assim como a TruePay, a Marvin, fintech fundada por Bernardo Vale e Henrique Echenique, tem dois cheques no bolso (de valores não revelados) e atraiu nomes como Mauá Capital, gestora de Luiz Fernando Figueiredo; Canary e o investidor-anjo Eduardo Gouveia, ex-CEO de Cielo, Alelo, Livelo e Multiplus.
A empresa desenvolveu uma plataforma que ajuda tanto as indústrias no contas a pagar, como também na alavancagem para conseguir vender mais, transformando o recebível em um método de pagamento. Do outro lado, a fintech busca reorganizar o fluxo de caixa do pequeno varejo, ajudando-o a fazer a gestão dos recebíveis de cartão de crédito. A expectativa é de transacionar R$ 500 milhões neste semestre.
Este ano ainda, a Monkey Exchange, marketplace de recebíveis, lançou o Spike — conforme antecipou o Finsiders — um projeto que vinha sendo liderado por Bernardo Vale, da Marvin, inclusive. Trata-se de uma plataforma para negociação de recebíveis de cartão de crédito.
Outro competidor é a Blu, que oferece soluções financeiras para facilitar a relação entre varejistas e seus fornecedores. Em julho, a fintech recebeu uma rodada Série B de R$ 300 milhões, liderado pelo fundo global de private equity Warburg Pincus.
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